
O julgamento de Carlos de Matos Lopes, Davi da Purificação Neves e Gabrielly de Paula Batista, acusados de tentar matar Juan Aurélio Gomez Fernandez, proprietário do Hotel da Ilha, em Vitória, que aconteceria nesta terça-feira (8) foi cancelado, e o motivo foi justamente um hotel.
A terça-feira (08) seria o segundo dia de júri dos acusados, mas as atividades precisaram ser adiadas por conta da hospedagem dos jurados em um hotel localizado em Jardim Limoeiro, na Serra, que de acordo com o Ministério Público, não tinha condições adequadas de estrutura e sequer segurança para recebê-los.
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Júri reclama das condições de hotel
O cancelamento aconteceu pouco antes do início da sessão, quando jurados e promotor pediram para realizar uma reunião para falar sobre a situação do hotel.
Os jurados relataram que os quartos onde estavam hospedados estavam sujos, quentes, e que não havia sequer segurança para que pudessem descansar durante a noite, além de que a qualidade das refeições oferecidas não era apropriada.
Por conta disso, os jurados não teriam condições de participar do júri nesta terça-feira, por terem passado a noite sem dormir e sem descansar.
Promotor do caso alega desrespeito
Em ata anexada ao processo, os jurados informam que o hotel deixou muito a desejar em condições de conforto e segurança.
O promotor Rodrigo Monteiro classificou a hospedagem em um hotel em situação “insalubre” como um desrespeito, além do fato de colocar os jurados em um local na Serra, uma vez que todos são moradores de Vitória.
Desrespeito! Esta é a palavra que resume o que aconteceu. O “hotel” (entre aspas não por acaso), não tem a menor condição de receber, com dignidade, cidadãos que exercem um papel de imensa responsabilidade e doação à sociedade capixaba. A entrada do hotel era feita de uma espécie de “buteco”. O local é insalubre, sujo e inseguro, disse.
Além disso, o promotor afirma que o júri deve se ater ao princípio da economicidade, mas que isso não deve levar em conta a opção “mais barata”, mas sim, o que for mais viável e lógico.
Ainda segundo ele, caso as condições para os jurados não melhorem, o MPES não participará mais de júris longos, como um marcado para a próxima semana, que trata da Chacina da Ilha, crime ocorrido em 2020.
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) foi procurado para comentar sobre o caso e se há uma nova data para a retomada do júri. Até o momento, não houve manifestação.