Pelo menos 88 mulheres já foram vítimas de violência em Cariacica somente nos primeiros cinco meses deste ano, o que corresponde a uma média de cerca de 17 mulheres agredidas por mês no município. Os dados são da Coordenação dos Direitos da Mulher de Cariacica. Ao longo de todo o ano passado, foram registrados 417 casos.
Com o objetivo de combater essa violência, a Coordenação dos Direitos da Mulher, da Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdes) do município, começou a desenvolver uma série de atividades educativas, que farão parte do projeto “Todos Por Elas”.
Nesta segunda-feira (06), servidores da Prefeitura de Cariacica participaram de uma manhã de conscientização da luta em defesa dos direitos das mulheres. A ação foi realizada no hall da sede do Palácio Municipal, em Alto lage, com a entrega de folhetos educativos, exposição de vídeos e distribuição de laços brancos.
De acordo com a Semdes, a campanha será ampliada para as regiões de Cariacica, com sessões de cinema nas próximas semanas, mobilizando os moradores para o combate à violência contra a mulher em Cariacica.
“A campanha tem como público-alvo, inicialmente, os funcionários da instituição. A proposta é abordar e debater o assunto que ainda vitima diariamente centenas de mulheres no nosso país. E, a partir daí, tornem-se multiplicadores do combate a qualquer tipo de violência em suas comunidades”, explicou a coordenadora Lais Fonseca dos Santos, da Coordenação dos Direitos da Mulher, durante a abertura do evento.
Os servidores foram recepcionados com um café da manhã e muita informação sobre o tema. No material informativo entregue, os serviços de proteção disponíveis ao público feminino, os canais de denúncia, além das orientações a respeito das diferentes formas de violência. A temática ainda foi exposta nos vídeos apresentados, atentando para a valorização da mulher e o estímulo a denunciar qualquer tipo de violação dos direitos.
“Nossa intenção mesmo é ir até o munícipe, levando a informação. Porque, muitas vezes, existe a informação em redes sociais, mas há um impedimento, às vezes, de procurar ajuda. E por que não ir até essas pessoas, levar ajuda e informação?”, destacou Lais Fonseca.
A coordenadora ressaltou ainda que atualmente as vítimas desse tipo de violência que moram em Cariacica recebem acompanhamento especializado e individualizado. “Nosso equipamento tem um atendimento assistencial e psicossocial. Nós acompanhamos o caso daquela mulher até que ela possa se sentir empoderada na sociedade”.
A funcionária pública da Prefeitura de Cariacica, Bianca Gabriel Moura, disse que já abraçou a causa, mesmo conhecendo pouco sobre o projeto. Ela acredita que poderá contribuir bastante ao falar sobre o problema na região onde mora. “Esse projeto que está sendo criado a gente pode levar para os nossos bairros e informar a nossos amigos e familiares. É uma forma de ser cidadã nesse mundo que tanto precisa”, frisou.