No Espírito Santo, apenas em 2015, 51 acusados de estupro ou violação sexual foram capturados, mas a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) ainda procura 32 estupradores de menores. As investigações também acontecem pelas redes sociais. Isso porque utilizar a internet para seduzir menores vem se tornando uma prática frequente.
A página da delegacia, criada recentemente, é o instrumento usado para divulgar retratos falados e receber denúncias. Para o delegado, ainda é preciso mais para acabar com o estupro de crianças e adolescentes.
“O estupro é um problema da sociedade brasileira. Nós temos fatores históricos que justificam essa modalidade criminosa e que levam a consequências graves para as crianças. O principal em que devemos investir hoje é em educação. Nós precisamos que os governos de todos os níveis adotem políticas publicas sérias e eficazes no campo educacional. Só com a educação é possível salvar as nossas crianças dos estupradores”, afirmou o delegado Lorenzo Pasolini.
Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que, em todo o Brasil, 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes. Em mais da metade dos casos o agressor é um parente, amigo, ou conhecido. Quando se trata de alguém de fora da família, há um perfil predominante.
“Geralmente são homens que têm entre 25 e 45 anos, com uma profissão definida e não vivem da atividade criminosa. Em alguns têm até família, vivem com esposa e com filhos. Mesmo assim ainda são estupradores”, destacou o delegado.
A mãe de um adolescente de 13 anos descobriu que o filho foi estuprado por um homem que o seduziu em uma rede social. “Ele falava que estava apaixonado, que gostava dele e que daria dinheiro. Quando eu descobri tudo, ele começou a oferecer mais, tentando manipular o meu filho e querendo que ele levasse os amigos”, contou.
Manter relações íntimas ou praticar qualquer ato de natureza sexual com uma pessoa com menos de 14 anos é crime. É o que se chama de estupro de vulnerável. Para a lei, não importa se o menino ou a menina permitiu esse ato, nem se antes a vítima já tinha alguma experiência sexual. O fato de ter uma relação amorosa com essa vítima também não faz diferença.
No mundo virtual, o crime de pedofilia se espalha. São adultos que se utilizam de uma fragilidade da criança ou do adolescente para se aproximar com intenções sexuais. Uma vez atraído, o menor está sujeito a se tornar vítima de uma violência sexual.