Polícia

Mais de 50 mil garrafas e latas de cerveja são apreendidas em operação na GV

As bebidas eram compradas nos estados do Nordeste, onde o Imposto Sobre Circulação de Mercadoria Simples (ICMS) é mais baixo do que no Espírito Santo

Ao todo 13 estabelecimentos foram fiscalizados Foto: TV Vitória

Com o objetivo de combater o comércio ilegal de cervejas no Espírito Santo, a operação “Cerveja Fria” apreendeu mais de 50 mil unidades de cerveja, entre latas e garrafas, na Grande Vitória e no interior do Estado durante a manhã desta quarta-feira (02). Ao todo, 13 estabelecimentos foram fiscalizados. 

De acordo com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), as bebidas eram compradas nos estados do Nordeste, onde o Imposto Sobre Circulação de Mercadoria Simples (ICMS) é mais baixo do que no Espírito Santo. Apesar da apreensão das mercadorias, nenhum acusado foi detido. Segundo o MPES, o comércio ilegal de cerveja no Espírito Santo gerou prejuízo de R$ 150 milhões para os cofres públicos

“Normalmente os tributos nos estados do Nordeste são inferiores aos do Espírito Santo pela prática da pauta fiscal. Então, eles [os distribuidores e empresários] compram lá e trazem. Com isso o imposto é recolhido parcialmente, pois é pago em outro estado, mas a diferença não vem para o Espírito Santo”, explicou o subsecretário da Fazenda, Bruno Negris. 

Ainda segundo o MPES, as investigações continuam para saber se o grupo que comprava as cervejas em outros estados atuava em quadrilha. “Todo o setor é objeto de investigação do Ministério Público, desde a fabricação até as pessoas que adquirem de forma irregular. Todos eles serão ouvidos. Ao final, chegaremos a uma conclusão visando manter o equilíbrio no mercado, evitando a concorrência desleal e a sonegação aos cofres públicos do Estado”, afirmou o promotor do Gaeco, Lidson Fausto da Silva.

A Polícia Civil também vai investigar para saber se os empresários realizavam lavagem de dinheiro nos estabelecimentos, pois alguns deles já possuíam passagens pela polícia. “Identificamos que alguns sócios respondem a homicídios, a tráfico de drogas, porte ilegal de armas, então também há a possibilidade de ser uma organização criminosa”, informou o delegado José Darcy Arruda.