A Polícia Civil e o Exército Brasileiro descobriram que duas lojas, uma em Vitória e outra em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, vendiam armas e munições de forma irregular, inclusive a criminosos. Para resolver o problema, uma operação teve foi realizada na última terça-feira (29).
Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (30), a polícia informou que ao todo foram apreendidas 9,4 mil espoletas, oito armas de fogo, pólvora e outros produtos de venda controlados pelo Exército, além de 2,6 mil munições de calibres variados.
A operação foi realizada pelo Exército em parceria com o Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc).
“Essa operação foi a segunda parte da operação Smith e Wesson que foi deflagrada no mês de junho em que os comerciantes dessas duas lojas foram presos pelo comércio ilegal de munições. Nesta segunda fase, nós continuamos investigando, e tivemos informações de que eles continuavam comercializando ilegalmente essas armas e munições. Fizemos contato com o Exército e foi determinado pelo juízo a suspensão do certificado de registro dessas duas lojas”, afirma a delegada que acompanhou a operação, Lana Lages.
A polícia ainda suspeita da existência de estoque ilegais. “Quando eles apresentaram o estoque, eles apresentaram de acordo com o estoque permitido. Entretanto, é provável que eles tivessem esse estoque clandestino e comercializavam adquirindo e vendendo de forma ilegal”, conta o comandante do 38º Batalhão de Infantaria, Edson Hiroshi.
Durante a vistoria, as duas lojas permaneceram fechadas. Um cliente, que preferiu não se identificar, veio do interior do Estado a Vitória tentar dar continuidade ao processo de compra de uma pistola 380, mas, ficou sem saber o que fazer.
“Eu paguei o curso de tiro, exame psicológico e dei uma parte de entrada para a arma. Eu gostaria de uma solução da loja para eu não perder meu dinheiro porque não consigo ter informação nenhuma”, reclama.
A delegada Lana Lages esclarece: “Como o comércio era ilegal, ele vai ter que pedir ao proprietário que ressarça o prejuízo”, diz.
As duas lojas estão autorizadas a manter as portas abertas, desde que não voltem a comercializar mercadorias controladas pelo Exército. “Armas, munições e assessórios, eles não podem mais vender até que a situação seja normalizada”, completa Hiroshi.
A operação da última terça-feira (29) foi um desdobramento de outra, realizada também pelo Exército e pelo Nuroc, na Grande Vitória e no interior, em junho de 2015. Na ocasião, mais de 300 munições foram apreendidas e cinco pessoas detidas.