
Quase duas semanas depois da morte da esposa, a vendedora Carla Gobbi Fabrete, esfaqueada em uma loja na Glória, em Vila Velha, o marido dela, Ilson da Silva desabafou sobre os dias de luto. Muito abalado, ele declarou que o acusado “tem que sofrer como a gente”.
Carla foi atacada dentro da loja em que trabalhava por Wenderson Rodrigues de Souza, de 30 anos, no dia 10 de março. Ela chegou a ser socorrida e passou por cirurgia, mas morreu no dia seguinte, deixando marido e uma filha de apenas 2 anos.
O acusado foi preso logo após o ataque, ao tentar tirar a própria vida. Ele ficou internado e, depois de receber alta, está em um presídio.
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Em entrevista à reportagem do Folha Vitória, Ilson, que é caminhoneiro, afirmou que espera que a justiça seja feita.
Manter preso seria muito bom. Que ele pague o preço pelo que fez, que ele faça um tratamento. Ele tirou uma vida e tem que pagar. Morto não interessa, ele tem que sofrer como a gente. Ele tirou a vida de uma jovem que era mãe, esposa, mulher, disse.
Marido se emociona: “Ela foi meu primeiro beijo”
Ilson relembrou com carinho a vida que tinha com Carla e disse que, após o assassinato, nada será da mesma forma. “Ela foi a minha primeira mulher, meu primeiro beijo”, declarou.
A filha, ainda bem pequena, recebe toda a atenção da família e sabe que a mãe não vai voltar mais. Ela sente muito a ausência da mãe, segundo o marido da vítima.
A minha neném não está bem! Os primeiros dias foram muitos difíceis para a minha filha, ela chorava de um lado e eu chorava do outro. A mãe faz falta, mas minha família está me ajudando, descreve o caminhoneiro.
Diante da ausência cotidiana, o caminhoneiro desabafa: “Tem vezes que a gente não aguenta. Eu não tenho mais aquele abraço, aquele amor e ninguém mais vai preencher esse espaço”.
Loja foi fechada na Glória após o crime
Após o assassinato, o loja onde Carla trabalhava teve as atividades encerradas. A família decidiu fechar o estabelecimento em definitivo.
Quatro dias após o crime, todo o material da loja foi retirado do ponto comercial. A família explicou que Carla administrava o espaço com a irmã.
Acusado se vestia de super-herói
Preso minutos após matar Carla, Wenderson era conhecido na Grande Vitória por se fantasiar de super-herói, como Homem-Aranha e Super-Homem, para vender doces nas ruas.
Ele já foi fisiculturista e havia sido preso em 2016 por tentativa de agressão com base na Lei Maria da Penha.
No passado, Wenderson enfrentou problemas com drogas, mas dizia ter superado a dependência e ficou conhecido por vender doces nas ruas vestido de super-herói.
Após ser preso, ele passou por audiência de custória e a defesa alegou que o acusado estava “possivelmente, estava em situação de surto”. A prisão foi mantida.