Polícia

"Me sentia culpada por achar que ele estava surtando por minha causa", diz jovem agredida em elevador

Câmeras do circuito interno do edifício mostram Beatriz entrando no elevador, seguida pelo homem que já começa a agredí-la

Foto: Reprodução TV Vitória

Beatriz Rodriges foi agredida pelo ex-marido dentro de um elevador em Vitória

A jovem Beatriz Rodrigues, 20 anos, foi agredida pelo ex-companheiro, um polonês de 36 anos, dentro de um elevador de um prédio no Centro de Vitória. As imagens viralizaram na web e chocaram pela agressividade e pela violência. Tudo aconteceu na tarde da última terça-feira (05). 

Em entrevista ao programa Fala Espírito Santo, ela disse que depois dessa última agressão rompeu definitivamente com ele. Foram dois anos de relacionamento e os dois tiveram um filho. Eles estavam separados há oito meses. Por causa da guarda compartilhada, o polonês ainda frequentava a casa de Beatriz.

As câmeras do circuito interno do edifício mostram Beatriz entrando no elevador, seguida pelo homem que já começa a agredí-la com empurrões e a imobiliza dando tapas e socos. O elevador desce, ele aperta novamente o botão para o andar de onde saíram e continua as agressões. Depois, ele sai arrastando a jovem pelos cabelos no corredor do prédio. 

Foto: videomonitoramento

Nas imagens de videomonitoramento, a programadora é arrastada pelos cabelos após ser rendida pelo ex-companheiro no elevador do prédio onde mora, em Vitória

“A partir do momento em que eu saí daquele elevador, sendo agredida na escada, ali eu tive muito medo. Eu gritei, pedi por socorro e os vizinhos apareceram. Dali eu percebi que, se não tomasse uma decisão e denunciar… Foi isso que me levou a denunciar: o medo”, explicou.

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Agressões começaram na gravidez, diz Beatriz

A jovem disse que teve dificuldade de terminar o relacionamento pois achava que eram discussões esporádicas e demorou a admitir que o marido não iria mudar o comportamento violento. Ela acreditava que eram discussões passageira e relembrou que a situação foi piorando depois que engravidou. 

“A confusão começou quando eu engravidei. Não sei se ele não queria o bebê apesar da gente ter planejado antes. Daí, começaram as brigas e depois começaram as agressões”, disse. 

Mesmo com as agressões constantes, por estar ligada emocionalmente ao ex, ela não contava nada para os amigos e nem para família. Chegou inclusive a se ver como responsável pelo relacionamento tóxico do qual era vítima. 

“Eu me sentia culpada também porque achava que era por minha causa que ele estava surtando. Por isso, ficava quieta”, relatou.

De acordo com Beatriz, o marido também não a deixava  estudar ou trabalhar. “Era totalmente dependente financeiramente dele. Depois que me separei dele, voltei a estudar e a trabalhar e arrumei um namorado. Foi aí que ele surtou. Falou que não iria mais pagar pensão, entrou na Justiça e pediu a guarda unilateral da criança”, contou. 

A situação chegou ao extremo no elevador do prédio onde ela mora. “Eu ainda estou em choque. Não parece que fui eu. O momento em que ele me dá um tapa no rosto e eu olho para cima é a parte que mais me dói porque ele foi uma pessoa que eu amei, que é o pai do meu filho e fez isso comigo”, finalizou.

Vítimas devem denunciar casos de agressão

A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência na tarde de terça-feira (05). No local, a vítima relatou que havia sido agredida com socos pelo ex-companheiro de 36 anos. 

Os militares confirmaram o fato nas imagens de videomonitoramento do prédio e o homem foi conduzido ao Plantão Especializado da Mulher.

Já a Polícia Civil informou que o polonês foi autuado em flagrante por lesão corporal na forma da Lei Maria da Penha e como não pagou fiança arbitrada pelo delegado de plantão, foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana.

Quem é ou já foi vítima de violência de gênero deve ligar para o 180 (Central de Atendimento à Mulher) para obter orientações ou registrar uma denúncia.