A Justiça do Rio aceitou nesta sexta-feira, 14, a denúncia por homicídio doloso contra a médica Haydée Marques da Silva, de 66 anos, apresentada na segunda-feira, 10, pelo Ministério Público estadual. Em 8 de junho, ela deixou de atender o bebê Breno Rodrigues Duarte da Silva, de 1 ano e 6 meses, que acabou morrendo horas depois.
Haydée estava de plantão em 8 de junho quando foi chamada para atender o bebê na casa dele, na Barra da Tijuca (zona oeste), mas se recusou a prestar atendimento. A criança, que sofria de doença neurológica e era acompanhado em casa por uma técnica de enfermagem, morreu enquanto aguardava o socorro, depois de aspirar o próprio vômito.
Após prestar depoimento à delegada Isabelle Conti, da 16ª DP (Barra da Tijuca), em 12 de junho, a médica afirmou à imprensa que se recusou a atender Breno porque ele não corria risco de vida. “Fui atender um bebê que não corria risco de vida, que tinha um profissional de saúde em casa (a técnica de enfermagem do home care). Quando há um código vermelho que fala sobre risco de morte eu atendo, mesmo não sendo pediatra.
A classificação de risco neste caso era baixa. Me foi passado pela técnica que era uma gastroenterite, com neuropatia. Não estou arrependida porque não fiz nada de errado. Estou triste e muito abalada pela criança ter morrido. Não acho que tenha sido responsabilidade minha a morte da criança”, disse Haydée na ocasião.
Na denúncia, o Ministério Público acusa a médica de agir com dolo eventual (quando o autor assume o risco de produzir o resultado).