Uma mulher teve a medida protetiva contra o marido flexibilizada pela Justiça e afirmou estar sendo ameaçada pelo homem. Em desespero, a empresária pediu ajuda às autoridades e contou ter tido a empresa tomada pelo ex-parceiro.
Apesar de ainda ser casada legalmente, a vítima registrou boletins de ocorrência contra o homem e conseguiu a medida protetiva devido às agressões.
“Eu estava em um relacionamento, o qual não deu certo, por isso pedi o divórcio. Desde então, eu tenho sofrido ameaças, fiz o boletim de ocorrência”, contou ela.
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Ainda segundo a mulher, o marido teria descumprido a medida e, por isso, foi detido anteriormente.
“Ele descumpriu essa medida, sendo preso em flagrante, porém foi liberado na audiência de custódia”.
Além da liberdade, o homem também conseguiu a flexibilização da medida protetiva, devido a um acordo empresarial.
“Ele ficou com raiva de ter sido preso e conseguiu uma flexibilização, alegando que viria trabalhar. Então, o juiz liberou para ele essa flexibilização em um ponto de comércio que é meu, e fica na minha residência, na minha casa. Tenho toda a documentação que comprova isso”, alegou.
Pelo empreendimento ser localizado no andar debaixo da casa da vítima, segundo ela, o homem estaria se aproveitando para vigiar os passos da ex-companheira.
“Ele fica utilizando essa flexibilização para ficar na rua me intimidando, me pondo medo, me vigiando, me monitorando. Eu estou com muito medo, eu e minha família. Estamos muito apreensivos com isso. Desde então tenho corrido atrás, acionado a PM, tenho ido à delegacia, feito outros boletins de ocorrência, tenho procurado muita ajuda no Ministério Público, mas até hoje não tive nenhuma resposta”, declarou.
CNPJ no nome do marido
Atualmente, o CNPJ da empresa está no nome do marido, pois a vítima, anteriormente, estava com um problema de saúde. Por isso, a mulher contou não conseguir trabalhar ou se sustentar.
“Na época, ele não aceitava que eu passasse a loja para outra pessoa e pediu que permitisse que ele me ajudasse. Disse que viria trabalhar comigo, me ajudaria, iria reformar a loja, administrar, para me ajudar com a questão da minha saúde, enquanto eu fazia um tratamento. Ele também aproveitaria o meu ponto comercial para fazer o serviço dele, queria montar uma torre de Internet”, explicou a mulher.
Apelo à Justiça
Apesar de toda a situação, a empresária contou que a maior preocupação que tem não é com o empreendimento, e sim com a própria vida e a dos pais.
“Ele é articulador, planeja as coisas, é calculista, é frio. Tenho muito medo do que ele vai fazer, tenho muito medo de morrer. Eu estou pedindo, apelando para o juiz, que entende isso como um caso patrimonial, que realize uma audiência para a divisão de bens no divórcio. Mas principalmente, que anule essa flexibilização, porque ele esta usando ela indevidamente e colocando em risco a minha vida e a vida da minha família”, disse.
A equipe de reportagem da TV Vitória fez contato com o homem citado na matéria, porém ele alegou que não irá se manifestar sobre o caso. No entanto, o espaço permanece aberto para ouvir a defesa.
O Tribunal de Justiça (TJES) e o Ministério Público do Estado (MPES) também foram questionados, mas ainda não se manifestaram sobre o caso.
Em relação ao boletim de ocorrência, a Polícia Civil, informou que o fato segue sob investigação da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
*Com informações da repórter da TV Vitória / Record TV, Alessandra Ximenes.