Polícia

Menores confessam que esfaquearam dois motoristas de aplicativo: 'Psicopatas', disse delegado

Quatro adolescentes com idade entre 15 e 17 anos contaram que o objetivo era vender os carros para comprar uma arma

Foto: Reprodução / TV Vitória

A polícia apreendeu quatro menores de idade que confessaram ter abordado e esfaqueado dois motoristas por aplicativo. Uma das vítimas acabou morrendo após a ação.

Em entrevista coletiva, José Darcy Arruda, delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, afirmou que os suspeitos são dois rapazes, de 15 e de 16 anos, e duas meninas, de 16 e de 17 anos.

Ele contou como era a dinâmica dos crimes. Segundo José Arruda, um dos jovens ficava na frente e outro, atrás. No primeiro caso, quando o motorista estava distraído, um deles puxou o freio de mão, enquanto o outro esfaqueou o motorista. No segundo caso, a diferença foi que o de trás usou um fio para enforcar o condutor – nesse episódio, as garotas não estavam presentes.

Em depoimento, os jovens contaram que o objetivo do roubo era vender os carros para comprar uma arma. Como os crimes não deram certo e acabaram ganhando repercussão, um dos rapazes acabou contando para o pai o ocorrido. O homem, então, resolveu entregar o filho à polícia.

O delegado também contou que a perversidade dos crimes chamou atenção das autoridades. Os adolescentes teriam rido da própria atitude durante o depoimento. “Chegamos à conclusão de que se trata de psicopatas que não têm sentimento pelo outro, não sentem a dor do outro”, defendeu José Arruda.

Os casos

Na noite do último dia 16 de fevereiro, um motorista por aplicativo sofreu um assalto e acabou esfaqueado. O caso aconteceu no bairro Jardim Botânico, em Cariacica. O homem, de 37 anos, foi socorrido pela Força Nacional e foi encaminhado para o hospital.

Foto: Reprodução

No dia seguinte, outro motorista de aplicativo também foi roubado e esfaqueado. O crime aconteceu na Barra do Jucu, em Vila Velha, por volta das 17h. Cássio Caliman, de 65 anos, foi atendido por uma ambulância do Samu, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.

Os casos causaram revolta na categoria. Os motoristas de aplicativo fizeram um protesto que parou a capital no dia 18 de fevereiro. Os profissionais se mostraram inconformados com a falta de segurança nas corridas e cobraram por soluções.