Polícia

“Meu irmão morreu 'de nada'?”, questiona irmã do menino Nikael

Nikael Andrade Araújo, de 8 anos, desapareceu ao brincar na frente de casa. O corpo foi encontrado no Rio Doce, em Linhares, e morte dada como “indeterminada”

Foto: Montagem / Folha Vitória

“Meu irmão morreu de nada? Trouxeram ele para cá e não resolveram nada?” As declarações revoltadas são de Iara Costa, 22 anos, irmã do menino Nikael Andrade Araújo, de 8 anos, encontrado morto no Rio Doce, em Linhares, no Norte do Espírito Santo. 

O menino havia desaparecido no dia 10 de agosto, quando brincava em frente de casa com amigos, no mesmo bairro. O corpo dele foi localizado no dia 14, em estado avançado de decomposição e a morte foi classificada como “indeterminada”. 

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Após passar 22 dias no Departamento Médico Legal (DML), com os dados colhidos durante a necropsia e dos resultados, foi concluído que a causa da morte foi indeterminada.

O resultado revoltou os familiares, que liberaram o corpo da criança nesta sexta-feira (06). Chorando muito, nervosa e inconformada, Iara Costa afirmou que enterrará o irmão contra a vontade da minha mãe. 

“Minha mãe está lá, desolada, sem saber porque trouxeram ele para lá e não resolveram nada. Se fosse um filho de rico, no mesmo dia teria descoberto, no mesmo dia teria pegado quem fez isso com o meu irmão, isso não existe e não ficará assim”, desabafou Iara. 

Durante a entrevista, ela também afirmou que não entendeu o que aconteceu no DML. 

“Parece que enfiaram o corpo do meu irmão em uma gaveta e deixaram ele lá. Após 30 dias, me deram um laudo que não sabe o que aconteceu, meu irmão ficou 30 dias aqui, uma aflição!”, afirmou.

Revoltada, Iara também disse que, se for necessário, irá acionar advogados para descobrir a causa da morte de Nikael. 

“Se precisar colocar 200 advogados para descobrir o que esses peritos fizeram com meu irmão, a gente vai colocar. Se precisar desenterrar a gente vai fazer. Mas isso não ficará assim, os peritos terão que dar conta para dizer como meu irmão morreu”, disse Iara. 

O que diz a Polícia Civil? 

Em entrevista para a TV Vitória, o chefe do Setor de Necrópsia do Departamento Médico Legal, Leonardo Lessa, afirmou que o corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição, o que dificultou a identificação da causa da morte. 

“O corpo do Nikael foi encontrado em avançado estado de decomposição. Além disso, foi encontrado na água, onde o corpo sofre lesão causada pela flora e pela fauna, dos pequenos animais, que dificultam a determinação exata da causa da morte”, detalhou Lessa. 

Além disso, ele detalhou que a polícia não encontrou perfuração óssea no corpo. “Quando temos disparo que arma de fogo, temos um orifício ou até mesmo com a presença de um projétil, conseguimos determinar, mas não foi o caso dele”.

Entretanto, durante a investigação é possível, por meio de informações, chegar ao que aconteceu com o menino. “O corpo da vítima é uma das peças do quebra-cabela, existem outras formas de determinar a morte”.

Por meio de uma nota, a Polícia Científica (PCIES) informa que o resultado do laudo cadavérico foi indeterminado. O corpo estava em avançado estado de decomposição, o que impossibilitou ao médico legista identificar a causa da morte.

“No entanto, é importante ressaltar que o exame cadavérico não é a única forma de se identificar a causa da morte. Ele é apenas uma peça na investigação da Polícia Civil (PCES), e a combinação de todas as peças pode levar à conclusão da causa da morte.
A Polícia Científica esclarece que os pedidos administrativos são direitos assegurados a todos os cidadãos e a família pode protocolar o que entender de direito na sede da PCI.
Quanto ao pedido de exames, a Polícia Científica atua mediante requisição da autoridade policial ou judicial. O caso continuará a ser investigado”. 

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtor Web
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória