Polícia

Militares terão que se apresentar fora dos batalhões para trabalhar, afirma comandante

De acordo com o comandante, a partir desta terça-feira (7), os policiais deverão se apresentar no local de trabalho que foi escalado e não nos batalhões ou companhias

O coronel acredita que a realização de chamadas no local de trabalho dos militares vai resolver a situação das cidades do interior Foto: TV Vitória

Com a insegurança instalada nas ruas capixabas, o Comandante Geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, determinou que as chamadas das escalas dos policiais sejam realizadas fora dos batalhões.

De acordo com o comandante, a partir desta terça-feira (7), os policiais deverão se apresentar no local de trabalho em que foram escalados, e não nos batalhões ou companhias.

O coronel acredita que a realização de chamadas no local de trabalho dos militares vai resolver a situação das cidades do interior capixaba, em que várias lojas foram arrombadas e saqueadas.

“A Polícia Militar no interior do estado vai cumprir a função de responder a chamada no local de serviço. A gente acredita que isso vai fazer com que volte a normalidade nessa região”, explicou.

Desde a última sexta-feira (3), familiares e amigos impedem a saída de militares. Dentre as reivindicações, estão reajuste, auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho. 

O Exército Brasileiro e a Força Nacional estão atuando na Grande Vitória para diminuir os crimes que têm acontecido na região.

“O Exército Brasileiro está atuando na Grande Vitória e a Força Nacional estará nos terminais hoje à tarde. Será realizado um patrulhamento em áreas comerciais e de grande circulação. São forças complementares e que atuarão prioritariamente na Região Metropolitana. A presença desses homens na rua funciona como inibidor, e eu acredito que a presença ostensiva funciona e muito”, afirmou o comandante.

Conivência 

Questionado sobre uma possível conivência dos polícias com o movimento dos familiares, o comandante garantiu que isso será resolvido. “Vai ser um passo importante e outros serão dados. Esse policial que possa estar conivente vai ter que responder a chamada no local de trabalho, ele não tem mais a chance de ser conivente. Não comparecendo, vai ficar comprovado que ele foi conivente e nós daremos as devidas providências”.

Legitimidade 

Para o coronel, o movimento é legítimo, pois há a necessidade de rever o salário dos policiais militares. No entanto, o comandante afirma que a forma com ele está sendo conduzido não é a correta.

“O movimento é legítimo, pois existe uma necessidade de rever essa questão salarial dos policiais. O policial tem que ser valorizado, porém a forma com que esse movimento está sendo conduzido não é aceitável. É equivocado porque nós não podemos, jamais, deixar a população desassistida. A Polícia Militar tem quase 200 anos e nunca virou as costas para a população e não é agora que vai fazê-lo. Eu quero me tornar uma voz da instituição junto ao Governo do Estado para discutir e colaborar com essa discussão da valorização do polícia, que deve ser valorizado. Agora, não podemos deixar a população desassistida e é para isso que estamos trabalhando para resolver urgentemente a situação”, disse.

Retirada das mulheres

De acordo com coronel Nylton Rodrigues, o uso de força não será aplicado para a retirada das mulheres no batalhão. “Primeiramente, manifestação de estudante e taxista, por exemplo, nós acompanhamos, fazemos a segurança, desviamos trânsito, contornamos e as manifestações acontecem. Com relações às mulheres, não cogitamos usar de força física para a retirada. Fazemos estratégia como essa de fazer as chamadas nas partes externas dos batalhões e os policias cumprirem as escalas sem termos a necessidade de usarmos força física contra as esposas dos policiais, assim como fazemos em qualquer manifestação que utilizamos de estratégia para não fazer uso de força física contra os manifestantes”.

Segurança

O coronel aconselha a população a adotar medidas de segurança enquanto a situação é normalizada. “As pessoas devem adotar todos os dias, independente do momento de crise, ações de prevenção. A polícia está retomando, com auxilio do Exército e Força Nacional, a ordem pública. Retomando o serviço de segurança para o cidadão”, contou.