Polícia

'Minha família avisou sobre ele, mas eu não sabia que iria acabar assim', diz mãe que teve o filho morto pelo ex

O suspeito de matar o jovem de 17 anos com golpes de faca já foi condenado por porte ilegal de arma de fogo. Agora, a família pede por justiça

Foto: Reprodução TV Vitória

Um crime que aconteceu no bairro Santa Luzia, em Cariacica, na manhã de quinta-feira (26), foi destaque nos noticiários e chamou a atenção pela brutalidade. Eric de Souza Casati, 17 anos, foi morto com golpes de faca, pelo ex-companheiro da mãe, que contou que foi alertada sobre o perigo de se envolver com o suspeito.

Felipe Ted Christo Caleffi teve um relacionamento com a mãe da vítima, a auxiliar de lavanderia Roseane de Souza Gregório. Segundo ela, o suspeito não aceitava o fim do relacionamento e fez isso para prejudicá-la. “Ele fez isso para eu sofrer, mas isso não vai ficar assim. Todo mundo falava ‘sai fora, que esse cara vai te matar’. Meu amigo, minha mãe, meu pai, minha família toda avisou, mas eu continuei insistindo em uma coisa que eu não sabia que ia dar nisso”, relatou.

FICHA CRIMINAL

Em uma pesquisa no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) foi encontrado uma passagem do suspeito pela Justiça. A informação é de que ele já foi condenado por porte ilegal de arma de fogo. Segundo a denúncia do Ministério Público do estado, ele foi detido em junho de 2013, portando a arma em Nova Bethânia, Viana.

Na época, segundo a denúncia, os policiais receberam uma comunicação via Ciodes, informando que um homem estaria efetuando disparos de arma de fogo em via pública. Felipe estava com um calibre 32, de fabricação caseira, municiado com um cartucho intacto e um cartucho picotado no bolso.

Em setembro de 2015, Felipe foi condenado a dois anos de reclusão. Como a pena é inferior a quatro anos e ele não cometeu outro crime com violência ou grave ameaça quando estava portando a arma de fogo, o juiz decidiu pela substituição da pena em regime fechado por serviços comunitários.

No mesmo interrogatório, Felipe falou sobre outros crimes que ele teria se envolvido e disse que “já foi preso por homicídio em Venda Nova do Imigrante […], que estava armado, pois morava em uma casa frágil, em um bairro perigoso, e tinha medo de algo acontecer com a família […], que estava andando armado no dia dos fatos, pois tinha se separado de sua mulher e estava com a arma indo para o ponto de ônibus”.

Agora, Felipe se vê envolvido em mais um crime. Desta vez, invadiu a casa da ex-companheira e matou o filho dela, um adolescente de 17 anos. Além do menino, outras pessoas que estavam na residência ficaram feridas. O atual namorado da mulher, a mãe dela e o adolescente dormiam quando o acusado arrombou a porta da casa com um comparsa. O homem deu golpes de faca primeiramente no namorado da ex, um rapaz de 32 anos.

A auxiliar de lavanderia também foi atingida com um corte superficial no braço. Além dela, a mãe de 54 anos também foi atacada pelo criminoso. Eles foram socorridos por uma ambulância do Samu.

A mãe da vítima, relatou que todos estavam dormindo na residência, quando o suspeito, que é ex-companheiro dela, invadiu o local. “Só vi quando ele chutou a porta e saiu esfaqueando todo mundo. O primeiro que ele pegou foi o meu namorado. Depois minha mãe já veio e pegaram ela também. Quando eu fui ver minha mãe caída, eu vi que invadiram o quarto e foi a hora que eu vi meu filho”, contou, emocionada.

O jovem que morreu chegou a ser socorrido pelo pai, Lucimar Maciel Casati, que mora na região, e deu entrada no Pronto Atendimento de Alto Lage, posteriormente para o Hospital São Lucas. “Quando a gente chegou no PA e colocou ele na maca, estava respirando, abriu o olho um pouco e o tempo todo eu chamava ‘meu filho, pelo amor de Deus’. Agora eu perdi meu filho”, disse.

Segundo o pai da vítima, o adolescente era tranquilo e não tinha problemas com ninguém. “Pode perguntar para qualquer um, é um menino bom. Ele não tinha maldade na cabeça. Se alguém reclamar de qualquer coisa aqui é mentira. Nunca arrumou confusão com ninguém”, desabafa.

Muito abalada, a mãe do jovem clama que a justiça seja feita. “Eu quero justiça. Não vou nem falar de Deus agora, pois ele não tem nada a ver com isso. Eu posso estar chorando agora, mas quem ri por último, ri melhor”, desabafa.