Polícia

Mistério: corpo de adolescente sumido em dezembro é encontrado decapitado por pescador em Cariacica

A vítima só foi identificada após exame de DNA. A família diz não saber o que teria motivado o crime

Foto: Luana Damasceno

Depois de procurar o filho por vários dias, uma mãe descobre que o adolescente foi assassinado e enterrado sem cabeça. A família pede ajuda para desvendar o caso.     

A vítima, que tinha 17 anos, sumiu no dia 17 de dezembro de 2019. De acordo com a mãe do adolescente, ele saiu de casa, no bairro Santa Teresa, em Vitória, por volta das 13 horas e disse que iria para o curso de poesias que fazia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mas esse não foi o destino.  O adolescente resolveu mudar o caminho e seguiu para a acasa da avó paterna, em Porto de Santana, Cariacica. 

A mãe chegou a receber um telefonema da professora do curso de poesia, perguntando por que o jovem não tinha comparecido à aula.  Apenas após esse telefonema, ela descobriu que o filho havia ido à casa da avó, mas, ao sair de lá, nunca mais voltou para a residência onde vivia.  “Fui ao DML, fui à delegacia, procurei nas ruas. Sem sucesso”, relatou a mãe.

Dez dias após o desaparecimento, um corpo sem cabeça foi encontrado por um pescador na maré do bairro Porto de Santana, em Cariacica.  Na ocasião, o corpo não foi identificado e levado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.     

Exame

Enquanto isso, a mãe ainda procurava pelo filho. Mas, no dia 9 de janeiro, ela foi informada que havia um corpo no DML, com características muito parecidas com o do filho dela. Foi realizado o exame de DNA e comprovado que aquele era o corpo do jovem.  

“Meu filho era a minha vida. Só tive dois filhos. É um desespero, uma dor insuportável, que acaba com uma família”, conta a mãe, dizendo que o adolescente deixou uma filha de apenas cinco meses.

A motivação do crime ainda não foi descoberta e os autores não foram encontrados.  A família procura respostas e quer saber o que aconteceu.  “O que mais quero é descobrir o que aconteceu com o meu filho. Ele não fez nada para ter esse final. Peço justiça”, pede a mãe. 

Denúncias

Para desvendar esse e outros crimes, a polícia sempre pede ajuda da população. De acordo com o delegado Paulo Expedito, qualquer informação passada para a polícia é analisada e, também, investigada. Ainda segundo o delegado, muitas denúncias chegam até a corporação através dos canais de comunicação de denúncia. Um deles é o telefone 181.        

“Esse número é o canal que pode relatar a ocorrência de crimes. É um serviço que funciona em todo o Estado e o sigilo é absoluto”, explica o delegado.

De acordo com a polícia, o número de denúncias recebidas através do telefone 181 tem aumentado nos últimos anos. De 2018 para 2019, houve um crescimento de 30%. Apenas no primeiro bimestre de 2020, foram mais de 8600 registros efetuados. 

Com informações de Vitor Moreno, da TV Vitória/ RecordTV