Polícia

Moradores do bairro do Ibes reclamam de arrombamentos e de furtos a residências

Polícia Militar orienta que comunidade registre boletins de ocorrência, porque, dessa forma, é possível mapear a região

Foto: Reprodução / TV Vitória

A criminalidade tem tirado o sono dos moradores do bairro Ibes, em Vila Velha. Relatos de invasões e arrombamentos tem sido constantemente registrados na região. Apesar das queixas dos cidadãos, a polícia informou que a comunidade não tem registrado boletins de ocorrência informando sobre estes crimes.

Uma dessas vítimas é a dona de casa Reja Mendonça. Ela contou que um criminoso invadiu o quintal dela, foi até a área de serviço e levou tudo o que conseguiu. Até a botija de gás.

“O sujeito chegou aqui por volta de 1h30 da madrugada, estávamos todos dormindo, ele invadiu a casa pelo quintal da casa dos fundos, atravessou, chegou no nosso quintal, pegou a botija, saiu com ela no ombro e foi embora. Depois ele voltou de novo, pegou outra botija, depois voltou de novo e levou uma bicicleta”, contou a moradora.

Esta não foi a primeira vez que a dona de casa foi vítima de criminosos. O carro já foi roubado duas vezes.

“Um carro velho, ano 97, que não tem serventia nenhuma, mas as pessoas levam para poder tirar pneu e bateria, por exemplo”, disse.

A dona Reja Mendonça mora em uma rua conhecida no bairro, por ser próxima a tudo. Além da grande movimentação, a rua em que os crimes aconteceram fica perto do 4º Batalhão da Polícia Militar no Ibes.

O líder comunitário Thiago Teixeira disse que o problema não ocorre apenas na rua de dona Reja, mas também em outras partes do bairro.

“A reclamação geral vem das casas. Eles passam um dia, verificam a situação, veem se o local está inseguro e no outro já entram em casas que as pessoas estão viajando. Eles ficam mapeando a situação”, disse o líder comunitário.

A comunidade diz que a Guarda Municipal está sempre no bairro, mas reclama que a polícia deveria ser mais presente nas ruas.

“A gente não vê viaturas durante a noite nos setores do bairro. Nós vemos só nas principais onde passa o ônibus. Na parte que os moradores dormem, a gente não vê viatura da Polícia Militar”, desabafou.

De acordo com o comandante Lopes da 2ª Cia do 4º Batalhão, as queixas por parte dos moradores surpreenderam a polícia, tendo em vista que desde o início do ano, somente três ocorrências foram registradas no bairro.

“Em relação ao mesmo período do ano passado, a gente contabiliza uma redução de 10% nesses tipos de crime. Estatisticamente o bairro Ibes não é considerado um dos bairros de maior incidência de crime”, afirmou.

O capitão ainda explica que, apesar da presença do quartel no bairro, os cidadãos precisam entrar em contato com o Ciodes, quando forem vítimas de criminosos.

“Esse procedimento de solicitar que a pessoa, que foi vítima do crime, faça o contato com o 190 é, justamente, para nos auxiliar na confecção do mapa criminal, para termos a real noção da incidência de delitos em uma determinada área. Isso precisa partir do próprio indivíduo, que foi vítima do crime. Se a pessoa deixa de fazer esse registro, acaba ocorrendo o fenômeno da subnotificação”, apontou.

Furtos

Além dos arrombamentos, os furtos também tem feito vítimas em outros locais da Grande Vitória. Nestes casos, o criminoso nem sempre está armado. Muitas vezes ele chega, invade, arromba, pula muros, quebra portas e, simplesmente, entra. Em outros ocasiões, o criminoso observa atentamente o local para depois voltar e colocar o crime em prática.

“Eles passam de moto, olham, procuram cerca elétrica, olham para ver se a casa não tem câmera. Nesse caso, você pode ter certeza que quando eles passam uma vez, no dia seguinte, eles vão roubar”, contou o líder comunitário do Ibes.

Na Grande Vitória, de janeiro a março deste ano, foram registradas 151 ocorrências de roubos a residências e condomínios. Neste mesmo período, foram 1.673 ocorrências de furtos. Um ponto importante desses registros é que em grande parte dos casos, os criminosos são pessoas conhecidas.

A polícia lembra que, além de ligar para o 190 quando o crime está acontecendo, o cidadão também deve passar informações para o disque-denúncia 181.

“O telefone 181 tem o sigilo garantido, então a pessoa não precisa se identificar. Qualquer informação relevante que a pessoa consiga prestar no disque-denúncia é fundamental para que no pós fato, se consiga chegar ao autor do delito para efetuar eventuais prisões ou recuperar materiais que foram furtados nas ocorrências”.

Outra dica importante, segundo o especialista em segurança Raphael Pereira da Fonseca, é investir em equipamentos de segurança como cerca elétrica, alarmes e câmeras de videomonitoramento.

“A instalação de equipamentos de segurança, de circuito interno de TV, são chamados de ofendículos, e reduzem muito a ocorrência desse tipo de crime. Em matéria de segurança pública, nenhuma conduta será totalmente 100% eficaz. O que se busca é reduzir esse tipo de ocorrência”, afirmou o especialista.

Caso o dinheiro seja problema, Raphael aponta dicas simples como trancas, cadeados ou até mesmo uma mudança de hábito simples de deixar uma luz acesa quando sair de casa ou até avisar algum vizinho.

“Hoje nós temos sensores que não tem alto custo que são programados para acender durante um determinado período indicando que talvez haveria alguma pessoa na casa. São medias simples e que buscam, de alguma forma, atrapalhar a conduta criminosa e reduzir esse tipo de ocorrência”, pontuou.

* Com informações do repórter Michel Bermudes, da TV Vitória/Record TV.