Uma briga de vizinhos, possivelmente motivada por causa de uma garrafa de cachaça, terminou em morte, na manhã desta sexta-feira (11), em Mucuri, Cariacica.
Logo após o crime, moradores da região, revoltados com o crime, começaram a destruir a casa do suspeito, identificado apenas como Milton, que teria matado a facadas o comerciante Délio Gentil de Araújo, de 64 anos. Eles incendiaram e depois quebraram as paredes do imóvel com marretas.
Segundo vizinhos, tanto a vítima quanto o suspeito moravam na Rua Silva há mais de 30 anos. Inclusive os dois eram amigos de infância e as casas de ambos ficam uma de frente para a outra.
De acordo com os moradores da região, Délio vendia cachaça e foi por causa de uma das garrafas que teria acontecido toda a confusão. “Ele estava reclamando que tinha alguém entrando dentro da casa dele, porque ele tinha um comércio de cachaça. E nisso ele foi falar com o vizinho, cobrar dele. Falou ‘poxa, você não está tendo consideração por mim, está roubando a gente’. O outro respondeu ‘rapaz, não quero nada com você não’. Quando a gente virou as costas, achando que estava tudo apaziguado, ele virou já metendo a faca nele”, contou a ex-cunhada da vítima, que não quis se identificar.
Depois de esfaquear a vítima, o suspeito fugiu correndo e ainda não foi localizado. No entanto, segundo vizinhos, Milton deixou a arma utilizada no crime para trás. Uma dona de casa conta que ouviu a confusão na rua e, quando saiu, viu o vizinho ferido. “Eu vi ele sentado ali na calçadinha gemendo, já esfaqueado. Ele não conversava, só gemia. Estava todo furado”, relatou.
“Nós prestamos socorro para ele na hora e ele ainda chegou com vida [no hospital]. Hoje de manhã fomos lá ver como estava e ele não tinha saído da mesa cirúrgica ainda, porque já estava morto”, lamentou a ex-cunhada.
Ainda de acordo com os moradores, Délio vendia cachaça, mas costumava dar garrafas para o pessoal da rua. No entanto, ele não admitia ser furtado. “Ele não negava, ele dava [a cachaça]. Então as pessoas estavam se aproveitando que ele saía para fazer as vendas e aconteceu isso, porque ele descobriu o roubo. Nunca deveria terminar dessa forma. Eram amigos de infância, todo mundo criado junto”, disse a ex-cunhada.
O autônomo Adson Rafael de Oliveira, primo do suspeito, contou que dava conselhos para Milton, mas não era ouvido. Segundo ele, essa não foi a primeira vez que o familiar se envolveu em confusão. “Há um ano, ele teve uma briga e cortaram a orelha dele na agressão. E agora aconteceu essa confusão”, lembrou.
Quem tiver qualquer informação que ajude a polícia a encontrar o suspeito deve entrar em contato com o Disque-Denúncia, pelo telefone 181. Não é preciso se identificar.