Polícia

Morte de jornalista na Serra: Pai diz que a filha tinha dedo fraturado e hematomas no corpo

Cléber Sabino, pai de Ana Carolina Sabino, de 25 anos, conversou com a jornalista Ana Kátia Covre, da TV Vitória, e falou sobre as dúvidas relacionadas à morte da filha

Morte de jornalista na Serra: Pai diz que a filha tinha dedo fraturado e hematomas no corpo
Cléber Sabino, pai da Ana

O inquérito sobre a morte da jornalista, Ana Carolina Sabino, de 25 anos, encontrada inconsciente na casa onde morava, no município da Serra, ainda não foi concluído. O namorado da vítima, que é o principal suspeito, chegou a ser preso, mas já está em liberdade. 

O pai de Ana Carolina Sabino conversou com a jornalista Ana Kátia Covre, da TV Vitória/Record TV, e falou sobre a tristeza e as dúvidas que a família tem sobre a filha e sobre o comportamento do suspeito antes e depois da morte da jovem.

“Ele não se relacionava com a família. Se ia em uma festa que tinha os familiares, ficava sempre na dele, não conversava com ninguém e parecia que não queria se aproximar. Ele criava uma barreira e isso influenciou no convívio da Ana com os familiares. Depois que o conheceu, diminuiu bastante a frequência com que ia na casa das tias”, contou Cléber Sabino.

Ainda de acordo com Cléber, a história que o suspeito contou não pode ser real. “Como pai, a primeira coisa que perguntei foi o que aconteceu. Ele falou que chegaram e que ele foi dormir porque estava cansado. Disse que quando acordou, percebeu que a Ana não estava do lado dele, foi para o quarto ao lado e encontrou a minha filha enforcada. Uma história completamente absurda e que não bate com a realidade. Ela não tinha marcas no pescoço”.  

Assista a entrevista completa 

O pai de Ana Carolina mora em Vila Pavão, no interior do Espírito Santo, e veio à Grande Vitória para esclarecer algumas dúvidas sobre a morte da filha. Ele contou que o corpo da jornalista apresentava hematomas. “Vou procurar a delegacia junto com a advogada responsável pelo caso, vou ao hospital requerer toda a documentação da minha filha desde o prontuário. A história está muito mal contada. Ele só foi nos avisar 8 horas após o ocorrido”. 

Segundo Cléber, quando a filha estava no hospital, eles não perceberam as marcas. “Ela tinha uma marca na cabeça, um dedo fraturado e várias machas roxas por todo o corpo. Nós não tínhamos visto e quando o perito estava fazendo o exame cadavérico, percebeu as manchas.”

Suspeito deixa prisão

O professor Hamison dos Santos Nins, de 34 anos, suspeito de ter matado a namorada, a jornalista Ana Carolina Sabino, de 25 anos, deixou a prisão no  dia 20 de junho, por determinação da Justiça. O suspeito estava preso no Centro de Triagem de Viana desde o último dia 12.


Ana Carolina teria sido encontrada pelo namorado desacordada na casa onde eles moravam, no bairro Cidade Continental, na Serra, na madrugada do dia 25 de março. Ela chegou a ser encaminhada para o hospital Jayme dos Santos Neves, mas não resistiu.

Na ocasião, Hamison alegou, em depoimento, que Ana havia se suicidado. No entanto, o laudo cadavérico do Departamento Médico Legal (DML), divulgado no dia 18 de maio, aponta que a morte da jovem foi causada por asfixia mecânica – quando alguém induz o enforcamento em outra pessoa.

Hamison, que é professor de português, foi preso dentro da escola em que dava aula, no bairro Alvorada, em Vila Velha, em cumprimento a um mandado de prisão temporária. Ele foi levado para prestar depoimento na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e, em seguida, encaminhado para o DML para fazer exames. Assim que deixou o departamento para entrar na viatura, pessoas que estavam no local gritaram por justiça e chamaram o professor de assassino.

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