A morte do sargento Marco Antônio Romania, de 53 anos, não foi premeditada. É o que concluiu as investigações da Polícia Civil. Os criminosos, segundo o delegado responsável pelo caso, queriam assaltar um bar no bairro Joana D’arc, em Vitória.
Os suspeitos acreditavam que o dono do estabelecimento era um agiota. O policial teria sido confundido com um segurança do bar. O sargento foi assassinado na noite de 16 de fevereiro. Dois suspeitos já foram presos e outros dois continuam foragidos.
Antônio Marcos Nere Teixeira, 43 anos, e Bruno Rocha Donato, de 21 anos, foram presos dias após o crime. Já Alex Almeida Gomes, de 21 anos, e Claudstony Pereira, conhecido como “Gaguinho”, de 33 anos, estão foragidos.
O delegado responsável pela investigação, Brenno Andrade, disse que mandados de busca e apreensão foram cumpridos na última semana. Os suspeitos foragidos não foram localizados.
“Dois indivíduos maiores de idade já foram presos e dois estão foragidos. A Polícia Civil cumpriu um mandado de prisão preventiva na última segunda-feira, na região do bairro Itararé, tentando localizar esses indivíduos, mas não conseguimos localizá-los. Esperamos que a população possa ajudar a encontrar onde eles estão escondidos“, disse.
O delegado explicou que o caso é tratado como latrocínio. A morte do policial não teria sido planejada pelo grupo.
“O policial militar não foi, naquele momento, identificado como um agente da lei. Infelizmente, ele reagiu e um dos criminosos efetuou um disparo. Posteriormente, outro criminoso, o “Gaguinho”, deu um chamado confere. Ele efetuou mais dois disparos na região da nuca, o que demonstra a covardia dos criminosos“, disse.
O bar é tradicional na região e funciona no mesmo local há décadas. Segundo a polícia, nunca houve registro de roubo no local. No dia do crime, os suspeitos queriam roubar o bar porque pensavam que o dono seria agiota.
“Eles decidiram ir no bar, porque tinha um boato que o proprietário do bar trabalhava como agiota. Essa informação não foi confirmada, foi passada pelos suspeitos. Eles acreditavam que ali naquele estabelecimento poderia estar guardado uma grande quantia em dinheiro“, detalhou.
Ao ver o assalto, o policial teria levantado a blusa. Os criminosos viram a arma calibre ponto 380, diferente do calibre normalmente utilizado pela Polícia Militar. Os criminosos usaram a arma do sargento para matá-lo e fugiram com ela.
“A polícia geralmente usa um calibre ponto 40 ou 9 milímetros. Então, naquele momento inicial, eles acreditaram que tinham matado o segurança do bar“, explicou.
Três dias após o crime, quando o homem suspeito de ser o motorista que deu fuga aos criminosos já estava preso depois ser detido no Cerco Inteligente, um adolescente de 17 anos se entregou e assumiu a culpa.
A história que o jovem contou para o delegado, segundo as investigações, foi uma tática para acobertar os verdadeiros atiradores.
“No primeiro momento, tivemos dúvidas se ele realmente estava no local ou se foi colocado ali para tirar a culpa dos maiores. Com a prisão do Bruno, foi confirmado que ele participou do roubo, mas não teve envolvimento com a morte do policial“, disse.
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Suspeito de matarem PM também teriam roubado carros de luxo e sequestrado juiz
Segundo a polícia, um dos suspeitos de envolvimento na morte do sargento teria envolvimento com outros crimes. Em maio de 2017, “Gaguinho” foi detido por roubar carros de luxo em Vitória. Na ocasião, ele já era considerado foragido. O rapaz havia sido condenado há 18 anos por roubo, mas progrediu para o semiaberto em 2016.
No início do mês passado, ele também teria participado do sequestro de um juiz. O magistrado, de 74 anos, foi raptado na porta de um fórum e abandonado no bairro Joana D’arc. O carro foi encontrado no dia seguinte, no bairro Itararé, na Capital.
*Com informações da repórter Nathalia Munhão, da TV Vitória/Record TV.
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