A Justiça do Espírito Santo autorizou a análise pericial dos celulares da médica Juliana Ruas El-Aouar e marido Fúvio Luziano Serafim. Ele é acusado de matar a esposa em um hotel de Colatina, no Noroeste do Estado.
A decisão desta semana atende a um pedido realizado pela defesa de Fúvio durante a audiência de instrução do caso, que ocorreu no início do mês. Na ocasião, o rapaz teve a prisão preventiva revogada. Ele estava preso desde o crime, que aconteceu em setembro.
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A análise que será realizada nos aparelhos celulares verificará a existência de vídeos gravados por Juliana em que o marido aparece sob efeito de medicamentos. Também serão apuradas conversas mantidas entre Fúvio e Samir, pai da vítima.
Na decisão, a juíza da 1ª Vara Criminal de Colatina, Silvia Fonseca Silva, determinou que a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa elabore um relatório de análise dos aparelhos celulares e encaminhe o documento à Justiça no prazo de 15 dias.
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A magistrada também pediu que a perícia elabore, no mesmo prazo, um laudo complementar em que devem ser informados a quantificação das substâncias detectadas nos materiais coletados do réu.
A reportagem tenta contato com a defesa e a acusação para comentar a decisão, mas os advogados não foram localizados. O espaço segue aberto para manifestação.
RELEMBRE O CASO
Médica foi encontrada morta em quarto de hotel
A médica mineira Juliana Ruas El-Aouar e o marido moravam em Teófilo Otoni, no Leste de Minas Gerais. Fúvio foi prefeito da cidade mineira Catuji entre 2016 e 2020.
Em 02 de setembro deste ano, a ´Polícia Militar do Espírito Santo recebeu informações de um possível homicídio ocorrido nas dependências de um hotel, em Colatina. Quando os militares chegaram, a gerente informou que Juliana estava hospedada com o marido em um quarto.
A gerente relatou ainda que outros hóspedes reclamaram de bagunça e barulhos no quarto de Juliana e Fúvio durante a madrugada e, já pela manhã de 02 de setembro, o marido da médica apareceu na recepção bastante alterado.
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Segundo a funcionária, ele estava com pressa para pagar a conta, alegando que sua esposa estava passando muito mal, chegando a desmaiar. O Samu foi acionado e, ao chegar ao local, a equipe constatou o óbito de Juliana.
No corpo da médica, segundo a polícia, foram encontradas marcas de asfixia e cortes na cabeça. Durante as investigações, os policiais descobriram pelas câmeras de monitoramento uma movimentação de entrada e saída no quarto do casal durante a madrugada, entre o marido da médica e o motorista.
Marido e motorista contaram versões diferentes
Ao serem questionados sobre o que teria ocorrido, Fúvio relatou que a esposa havia passado por um procedimento cirúrgico no dia anterior e, em seguida, eles teriam ido a uma churrascaria.
Ainda de acordo com a versão dele, os dois retornaram para o hotel e, ao acordar na manhã do dia 2, o empresário teria encontrado Juliana desmaiada na cama, possivelmente em óbito. Fúvio relatou que fez contato com o Samu e foi orientado a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.
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Já o motorista relatou que foi chamado pelo marido da médica para ir ao quarto, pois Juliana havia caído no banheiro e precisava de ajuda.
A polícia destacou que ambos apresentaram versões diferentes do cenário encontrado pela perícia, que foi um quarto revirado com garrafas de cerveja, sangue nas roupas de cama, a mulher machucada, além de vidros de remédio quebrados.
Marido responde em liberdade
Fúvio foi preso em flagrante no dia do crime, juntamente com o motorista do casal Robson Gonçalves dos Santos. O funcionário estava hospedado no hotel onde o crime ocorreu, em setembro, e teria envolvimento com o caso.
Dois dias depois, a Justiça capixaba converteu a prisão dos dois para preventiva. O motorista foi solto em 19 de outubro. Ainda em outubro, Justiça aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo e tornou Fúvio réu no processo.
Já Fúvio teve a prisão revogada durante a audiência de instrução do caso, que ocorreu em 1º de dezembro.