Manifestantes se reuniram na noite desta sexta-feira (21), em frente ao bar “Sofá da Hebe”, na Rua da Lama, em Jardim da Penha, Vitória, onde o jovem Breno Rezende de Carvalho, de 25 anos, foi assassinado a facada na semana passada.
Amigos do jovem carregavam um sofá pelas ruas até chegarem à porta do bar. Durante o percurso, os manifestantes gritavam palavras de ordem, como “Breno Presente!”
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No local, diversas pessoas com cartazes e camisas estampadas com a foto do jovem, pedem justiça e pena máxima para Vilson Luiz Ballan, que matou Breno.
O protesto acontece exatamente uma semana após o assassinato do jovem, que ocorreu no bar, na madrugada de sábado (15).
Hoje estamos aqui reunidos, a família de Breno, por parte de pai biológico, por parte de pai de criação, por parte da mãe, tios, tias, todos os seus familiares, assim como seus amigo, disse uma das participantes do protesto.
Este é o segundo protesto que acontece na porta do estabelecimento. O primeiro ocorreu na segunda-feira (17), dois dias após o crime.
Polícia nas ruas
Segundo testemunhas, que passaram pelo local, viaturas de polícia foram à Rua da Lama e chegaram no local em alta velocidade.
Ainda não há informações sobre se houve ou não interação dos policiais com os manifestantes que estão no local.
Recado em porta de bar
Nesta sexta-feira, o Caldeirão Bar, de propriedade do irmão de Vilson, Adilso Ballan, permaneceu de portas fechadas.
Na porta do estabelecimento havia um bilhete, colado com fita, que alegava que o bar não abriria em respeito à Missa de Sétimo Dia da vítima. “É com profundo pesar e respeito, que o sócio, os familiares e e funcionários do estabelecimento Caldeirão, comunica que não abrirá as portas hoje e nem amanhã, em solidariedade à família e amigos de Breno de Rezende Carvalho, que hoje realizam sua missa de sétimo dia, diz a nota.
A porta do estabelecimento foi arrancada pelos manifestantes.
Irmão afirma não ter envolvimento com crime
Por nota, Adilso nega ter ajudado o irmão a fugir do local do crime. Ele diz que retirou Vilson do local para evitar uma confusão ainda maior. Além disso, ele afirma que não sabia que o irmão havia esfaqueado o jovem, apenas que estava envolvido em uma confusão.
Esclarece que não presenciou a agressão à vítima e que tudo ocorreu de forma muito rápida, tendo agido unicamente com o intuito de evitar um tumulto maior, retirando um dos envolvidos do local, pois acreditava se tratar apenas de uma confusão, e não de fatos tão graves, informa a nota.
O irmão de Adilso e autor do crime foi preso nesta terça-feira (18). Câmeras de segurança do bar onde ocorreu o crime registraram o momento em que Vilson esfaqueia o jovem. Breno não resistiu aos ferimentos e morreu. Nesta segunda, a Justiça expediu um mandado de prisão temporária de Vilson.
Faca utilizada no crime foi encontrada no carro do irmão
A faca utilizada por Vilson Luiz Ballan foi encontrada na carroceria do carro de Adilso.
A arma foi encontrada na casa de Adilso Ballan, também empresário e proprietário do Bar Caldeirão, onde a confusão entre Vilson e Breno começou. A faca foi entregue de forma espontânea pela defesa do suspeito.
Por meio de nota, Adilso afirmou não ter nenhuma ligação com o crime cometido pelo irmão. Ele disse que não é proprietário do Bar “Sofá da Hebe”, onde ocorreu o assassinato. O irmão e suspeito do crime é sócio-proprietário, de acordo com a documentação do estabelecimento na Receita Federal.
Assassinato por R$ 16
O crime teria acontecido por conta de R$ 16. Breno e Vilson teriam começado a discutir no Bar Caldeirão, onde a vítima era cobrada por uma suposta dívida da compra de uma cerveja.
Depois do desentendimento, Breno deixou o local e seguiu para outro bar, Sofá da Hebe, de frente para o Caldeirão. O comerciante o seguiu e os dois começaram a discutir novamente.
Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. As imagens mostram Breno discutindo com Vilson Luiz. Os dois se afastam e Breno senta-se. Pouco depois, o comerciante se aproxima e esfaqueia o jovem. As imagens são fortes.
Veja o vídeo:
Logo após o crime, Vilson entrou em um carro branco, dirigido por uma outra pessoa, ainda não identificada, e foi embora do local.