Na cadeia

Morte na Rua da Lama: dono de bar já tinha várias passagens pela polícia

Vilson Ballan, preso por matar jovem na frente de bar, já havia sido acusado por porte ilegal de arma, embriaguez ao volante e desacato

Vilson Luiz Ballan, acusado de matar Bruno de Carvalho na Rua da Lama
Vilson Luiz Ballan, acusado de matar Bruno de Carvalho na Rua da Lama. Foto: Divulgação

O empresário Vilson Luiz Ballan, de 39 anos, que matou a facadas Breno Rezende de Carvalho, de 25 anos, na Rua da Lama, em Vitória, já tinha várias passagens pela Polícia Militar. Entre os crimes estão: prisão por porte ilegal de arma de fogo, autuações por embriaguez ao volante e desacato.

Breno foi morto com uma facada no peito na madrugada de sábado (15). O crime teria acontecido por conta de R$ 16 em cerveja.

O jovem e Vilson teriam começado a discutir no bar do irmão do suspeito, mas o assassinato ocorreu em frente ao Sofa da Hebe, do acusado. O empresário foi preso nesta terça-feira (18) após a Justiça emitir mandado de prisão e ele se entregar.

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As informações das passagens pela polícia foram apuradas pela TV Vitória/Record, com base em ocorrências da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Vitória.

Segundo as apurações, no ano de 2009, Vilson foi detido com outras seis pessoas em um carro com armas e drogas em Maria Ortiz, em Vitória. Na época, duas pessoas foram condenadas por tráfico de drogas e o dono de bar foi condenado por porte ilegal de arma de fogo.

Vilson Luiz Ballan, acusado de matar Breno Rezende de Carvalho na Rua da Lama
Vilson Luiz Ballan, acusado de matar Breno Rezende de Carvalho na Rua da Lama. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Preso após bater no carro de um policial

Já em 2015, Vilson voltou a ser detido após, segundo a ocorrência, ele e o irmão usarem um carro para bater contra o veículo de um policial civil.

Na ocasião, no momento em que o policial indagou a razão pela qual Vilson estaria batendo no carro, o empresário teria saído alcoolizado do veículo, xingando o servidor público e jogado a camisa contra o rosto do policial.

Vilson foi detido e levado para a delegacia com o irmão. Ele ficou preso por dois dias e foi autuado por dirigir embriagado e também por desacato.

Outras ocorrências ao longo dos anos

Ainda conforme a apuração da TV Vitória/Record, em 2016 um homem parou uma viatura da Guarda Municipal de Vitória para avisar que era cliente do bar de propriedade de Vilson, na Rua da Lama. A denúncia era a de que o empresário o teria ameaçado de morte.

Já no mês de dezembro de 2022, a polícia recebeu a informação de que um carro roubado estava estacionado na frente do Sofá da Hebe. Ao chegar no local, a polícia notou que o irmão do acusado de homicídio estava na frente do veículo com uma chave na mão.

Ao ser questionado, o irmão afirmou que o carro era dele, mas acabou detido por uma restrição de furto e roubo. Nesse momento, Vilson surgiu agressivo, xingando os policiais e tentando impedir que o irmão fosse detido. Ele foi preso por desacato.

Breno Rezende de Carvalho
Breno Rezende de Carvalho, jovem morto na Rua da Lama

Já em janeiro de 2024, Vilson foi flagrado em uma loja de conveniência de um posto de gasolina em frente à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) usando drogas. Os policiais o abordaram.

Segundo a Polícia Militar, Vilson estava bêbado e com um papelote vazio de cocaína no bolso. Nessa ocasião, ele assumiu ser usuário de cocaína e acabou liberado no local.

Assassinato por R$ 16

O assassinato de Breno Rezende de Carvalho, no último sábado (16), teria acontecido por conta de R$ 16. Ele e o empresário teriam começado a discutir no bar Caldeirão, onde a vítima era cobrada por uma suposta dívida da compra de uma cerveja.

Depois do desentendimento, Breno deixou o local e seguiu para outro bar, o Sofá da Hebe, na mesma calçada. Vilson esperou o estabelecimento fechar e atacou o rapaz.

O que diz a defesa de Vilson?

À reportagem da TV Vitória/ Record, o advogado de Vilson, Rodrigo Santos, não falou sobre as detenções anteriores do empresário, mas disse que orientou o cliente a, neste momento, não se manifestar.

O caminho mais ponderado nesse momento seria a apresentação dele, para saber quais são as acusações imputadas para podermos formular para ele a melhor defesa possível. Optamos, em conversa com ele, que permanecesse em silêncio para termos um momento seguinte para desenvolver a linha de defesa e ouvi-lo, do que ele lembra que ocorreu, afirmou o advogado.

*Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória/ Record