A médica Haydée Marques da Silva, de 66 anos, foi denunciada nesta segunda-feira, 10, pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) por homicídio doloso, com dolo eventual (quando o autor assume o risco de produzir o resultado), pela morte de Breno Rodrigues Duarte da Silva, de 1 ano e meio.
O MP-RJ também requereu a suspensão do exercício profissional da médica, com base no Código de Processo Penal. “A gravidade dos fatos narrados e diversas notícias anteriores de maus atendimentos, inclusive um recente que resultou em homicídio culposo, demonstra a total instabilidade e falta de equilíbrio de Haydée para o exercício da medicina, revelando a imensa probabilidade de que prossiga reiterando as práticas abusivas e criminosas”, afirma a denúncia.
Segundo a peça acusatória, Haydée recusou-se a prestar atendimento a Breno sob a justificativa de que não era pediatra. O paciente apresentava sintomas que justificavam o quadro classificado como “urgência com prioridade”, que demanda atendimento em dez minutos. Breno permaneceu sem o devido atendimento por aproximadamente uma hora e meia, quando a segunda equipe de socorro chegou ao local. Segundo a autopsia, a causa principal da morte foi “broncoaspiração maciça”, sendo a omissão da médica fator determinante para o resultado.
A classificação de risco neste caso era baixa. Me foi passado pela técnica que era uma gastroenterite, com neuropatia. Não estou arrependida porque não fiz nada de errado. Estou triste e muito abalada pela criança ter morrido. Não acho que tenha sido responsabilidade minha a morte da criança”, disse Haydée na ocasião.