Polícia

MPES denuncia 'Chefões do Crime' e mais 16 envolvidos com o tráfico de drogas em Cariacica

Lucas Siqueira Barbosa e Rafael Amaral da Silva são suspeitos de participar de um tiroteio em Porto Novo, em abril, que resultou na morte de duas pessoas

Foto: Reprodução
Lucas Rato (esquerda) e Rafael Peruquinha são apontados como “chefões do crime” em Cariacica

Dezoito pessoas suspeitas de integrar quadrilhas voltadas para o tráfico de drogas em Cariacica foram denunciadas à Justiça pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Central). Entre os denunciados, dois figuram na lista dos “Chefões do Crime” no Estado: Lucas Siqueira Barbosa, o “Rato”, e Rafael Amaral da Silva, o “Peruquinha”. Ambos estão presos.

A dupla é suspeita de participar, entre outros crimes, de uma troca de tiros com policiais militares no bairro Porto Novo, em Cariacica, no dia 2 de abril deste ano, que resultou na morte de duas pessoas. Na ocasião, foram mortos Ricardo Bello Teixeira, de 20 anos, e a estudante Karolayne do Rosário de Matos, de 18, atingida na cabeça por uma bala perdida.

Lucas Rato foi preso no dia 27 de abril, em Vila Valério, norte do Estado, para onde foi logo após o confronto com a PM. Na época, ele constava na lista dos dez criminosos mais procurados do Espírito Santo.

Já Rafael Peruquinha foi preso no dia 4 de maio, no bairro Roda D’água, zona rural de Cariacica. Contra ele, havia quatro mandados de prisão em aberto por homicídios. Com ele, os policiais encontraram uma pistola calibre ponto 40, além de 47 munições, três carregadores, dois celulares e quatro buchas de maconha.

Leia também:

– Suspeitos de pertencer à quadrilha de ‘Lucas Rato’ são presos com drogas em Cariacica

– Polícia divulga suspeitos de envolvimento em tiroteio no bairro Porto Novo, em Cariacica

Além de Lucas e Rafael, foram denunciados pelo MPES: Júnior Santos Dias, o “Digue”; Alessandro Meirelles Achtschin, o “Cara Fina”; Roberto da Silva, o “Betinho” ou “Loirinho”; Cleidson da Vitória Trindade, o “Paulinho Gogó”; Elias Custódio Leles, o “Lili”; Zaqueu Antônio de Souza; Ademar da Silva, o “Mazinho”; Valdir Romão da Silva, o “Véi” ou “Monoc”; Claudina Custódio Leles, a “Tia” ou “Cláudia”; Leandro Pinto da Penha, o “Mané”; Ana Paula José dos Santos; Elaine Custódio Leles, a “Laine”; Adair Fernandes da Silva, o “Dadá”; Jéferson Alves Hilário, o “Jefinho”, “Boca Murcha” ou “Tio Jéferson”; Vandeilson da Fonseca Antunes, o “Vandinho”; e Sidney dos Santos Nunes, o “Neguinho”.

Operação Tyto

Os 18 suspeitos foram denunciados com base na Operação Tyto, deflagrada de 27 de setembro do ano passado a 29 de julho deste ano, em 12 fases. A operação contou com diversos métodos investigativos, como monitoramento policial, interceptação telefônica, quebra de sigilo telemático, busca e apreensão e cumprimento de mandados de prisão, todos deferidos e acompanhados pelo juízo da 3° Vara Criminal de Cariacica.

A investigação apurou a existência de quatro associações criminosas, que inclusive guerreavam entre si e foram divididas em núcleos, conforme a localização: Núcleo Ponto Final, de Flexal II; Núcleo Santa Rosa, de Flexal I; Núcleo Campo do Apollo, de Flexal II; e Núcleo Nova Canaã/Porto Novo.

De acordo com as denúncias, os integrantes dos grupos criminosos bloquearam ruas, fecharam o comércio e atearam fogo em veículos, além terem entrado em conflito armado com a Polícia Militar, no início de abril, entre os bairros Presidente Médici e Porto Novo, em Cariacica.

Foto: Reprodução
Diversos materiais, como drogas, armas e dinheiro, foram apreendidos durante a Operação Tyto

A Operação Tyto também colheu informações que permitiram a prisão em flagrante de condutas criminosas paralelas. Durante a operação, foram apreendidos: 11.035 pinos de cocaína; 3,891 kg da mesma droga; 29,18 kg de maconha; 2.721 buchas da mesma droga; 1.584 pedras de crack; 750 gramas da mesma droga; um tablete de crack medindo 14 centímetros de comprimento por 11 centímetros de largura e 5 centímetros de altura e pedaços pequenos fracionados na mesma embalagem; 241 frascos de loló; 12 pistolas (calibres .380, .40 e .9mm), três espingardas (calibres .12 e .28), um revólver (calibre .38), 691 munições (calibres .380, .12, .28, .40 e 9mm) e R$ 18.235,65 em dinheiro.

Os núcleos e os integrantes:

– Núcleo Nova Canaã/Porto Novo

Lucas Siqueira Barbosa, o “Rato”, atualmente preso;

Rafael Amaral da Silva, o “Peruquinha”, atualmente preso

– Núcleo Santa Rosa – Flexal I

Júnior Santos Dias (Digue), atualmente preso;

Alessandro Meirelles Achtschin (Cara Fina), atualmente preso;

Roberto da Silva (Betinho ou Loirinho), atualmente preso;

Cleidson da Vitória Trindade (Paulinho Gogó)

– Núcleo Ponto Final – Flexal II

Elias Custódio Leles (Lili);

Zaqueu Antônio de Souza;

Ademar da Silva (Mazinho);

Valdir Romão da Silva (Véi ou Monoc), atualmente preso;

Claudina Custódio Leles (Tia ou Cláudia);

Leandro Pinto da Penha (Mané);

Ana Paula José dos Santos;

Elaine Custódio Leles (Laine)

– Núcleo Campo do Apollo – Flexal II

Adair Fernandes da Silva (Dadá), atualmente preso;

Jéferson Alves Hilário (Jefinho, Boca Murcha ou Tio Jéferson);

Vandeilson da Fonseca Antunes (Vandinho), atualmente preso;

Sidney dos Santos Nunes (Neguinho), atualmente preso.