A diarista Maria Madalena dos Santos, de 38 anos, morta pelo ex-companheiro na quarta-feira (19), no bairro Jardim Carapina, na Serra, já tinha entrado na Justiça com duas medidas protetivas contra Jean Silva dos Santos.
A primeira medida foi solicitada em janeiro de 2015. O pedido foi deferido pela juíza que analisou o caso poucos dias depois. O ex-companheiro de Maria Madalena ficou proibido de entrar em contato com a vítima, e deveria manter uma distância mínima de 1km da mulher.
Segundo a Justiça, Maria não foi encontrada no endereço fornecido para ser notificada sobre as medidas concedidas e por isso, em julho de 2016, a medida protetiva foi revogada.
Ainda segundo a Justiça, Jean ficou preso entre janeiro de 2015 e abril de 2019 por agressões contra a mulher, e uma tentativa de homicídio. Em maio deste ano, segundo a Polícia Civil, a vítima procurou o plantão da Delegacia da Mulher e relatou que Jean tinha ido até a residência onde morava fazer ameaças.
Na ocasião, a vítima solicitou outra medida protetiva de urgência, mas, segundo a Polícia Civil, ela preferiu não ir para a casa abrigo. Um inquérito foi instaurado para apurar o caso. Já de acordo com o Tribunal de Justiça, no dia 29 de maio, o juiz determinou encaminhamento de ofício à polícia para a realização de diligências no prazo de 48 horas com o objetivo de apurar o que Maria tinha relatado. Porém, de acordo com o Tribunal, não houve resposta a este ofício.
Jean Silva dos Santos foi preso na manhã desta quinta-feira (20), em Cariacica, e levado para a Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de Vitória para prestar depoimento.
Familiares se despedem
Parentes e amigos se reuniram no cemitério de Carapina Grande, na Serra, nesta quinta-feira (20), para as últimas homenagens à Maria Madalena dos Santos, de 38 anos. A mulher foi assassinada na manhã de quarta-feira (19), quando estava indo para o trabalho.
O principal suspeito do crime é o ex-marido dela. Jean Silva dos Santos, foi preso em Cariacica na manhã desta quinta-feira (20). Ele foi levado para Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Para os familiares, é difícil aceitar a morte da diarista. “Eu trouxe ela para Jardim Carapina para fugir das ameaças, mas não adiantou nada. Minha irmã acabou morrendo na minha frente”, lamentou Liliane Rosa dos Santos.
Durante a despedida, amigos lembraram da alegria e da determinação de Maria Madalena. Ela estava feliz porque tinha acabado de conseguir um emprego.
De acordo com testemunhas, a vítima foi puxada pelo suspeito quando estava entrando no carro, e logo depois, foi atingida por vários tiros. O crime ocorreu na frente da irmã e dos sobrinhos de Maria.
Familiares contaram que o casal tinha um relacionamento conturbado e que o marido dela era muito ciumento, e não permitia que ela trabalhasse. Depois de viverem juntos por 18 anos, Maria Madalena resolveu acabar com o relacionamento, mas o homem não aceitava, e fazia ameaças. Após o crime, ele chegou a enviar uma mensagem para o celular de um familiar da vítima dizendo que foi difícil ouvir que a ex-companheira estava apaixonada por outro.
Com informações de Luana Damasceno, da TV VItória / Record TV