Uma jovem de 25 anos foi agredida e ameaçada pelo marido, de 29, ao chegar em casa com a notícia de que iria voltar a estudar depois de 11 anos sem ir à escola. Ela relatou que parou de ir às aulas ao engravidar e virar mãe aos 14 anos.
A agressão aconteceu em Viana neste domingo (16). Segundo a vítima, o marido ficou furioso ao saber que ela voltaria para a sala de aula.
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A agressão verbal acabou virando agressão física. O homem tentou enforcar a esposa e também agrediu com cintadas os filhos e a enteada de 11 anos – fruto de outro relacionamento da jovem -, quando as crianças tentaram defender a mãe.
Ele me perguntou quando eu iria para a escola. Respondi que iria na quinta, mas ele rebateu, dizendo: ‘Vamos ver quando você vai para a escola’. Eu falei para ele: ‘Ué, mas eu sou prisioneira sua ou coisa do tipo?’ Após isso, ele se exaltou mais, chegando até a rasgar a minha mochila e me agredir, disse a vítima.
A jovem ainda conta que o momento mais desesperador foi quando o marido a agarrou pelo pescoço, impedindo-a de respirar.
“Ele puxou meu cabelo, me jogou no chão, falando que iria me matar com a faca. Chegou a falar que meus filhos iriam ficar órfãos. Além disso, pegou no meu pescoço e tentou me enforcar”, desabafou.
O casal estava junto há mais de dez anos e tem dois filhos. As crianças e a enteada dele estavam em casa no momento da violência.
Jovem diz que vai terminar os estudos
Segundo a vítima, o marido tentou mandar as crianças para a casa da mãe dele antes de ser preso, o que a fez acreditar que ele planejava algo ainda pior. “Ele chamou meus filhos no quarto e bateu neles com o cinto, por terem me defendido”, disse a mulher.
Mesmo com dores físicas e emocionais causadas pela violência, a jovem segue determinada a buscar justiça e continuar estudando. “Vou conseguir terminar meus estudos, fazer minha faculdade e melhorar de vida”.
Prisão e polêmica no atendimento policial
O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia Regional de Cariacica. No entanto, a vítima afirma que não recebeu o acolhimento esperado dos policiais que atenderam a ocorrência.
A viatura da PM veio para cá, e os policiais disseram que era para eu ir à delegacia no dia seguinte. O caso aconteceu no sábado e eles estavam falando para eu ir no domingo. Falaram que eu iria ficar mais tranquila e que eu podia fazer o corpo de delito em até um mês, disse ela.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o suspeito foi autuado em flagrante por lesão corporal, injúria e ameaça, todos na forma da Lei Maria da Penha. Ele foi encaminhado ao sistema prisional.
Sobre a reclamação do atendimento da PM prestado à vítima, a reportagem procurou a corporação, mas não houve resposta.
*Com informações da repórter Suellen Araújo, da TV Vitória/Record