Uma mulher que estava sendo submetida a cárcere privado por parte do companheiro, conseguiu ajuda após escrever um bilhete em um esparadrapo e colá-lo no banheiro feminino de um posto de gasolina em Baixo Guandu, região Noroeste do Espírito Santo.
O caso aconteceu na tarde da última terça-feira (9). No bilhete, a vítima descreveu sua situação e anotou o número da placa do carro em que ela viajava com o companheiro.
A Polícia Militar foi acionada por uma segunda mulher que entrou no banheiro e viu o bilhete. Após o acionamento, os policiais seguiram em busca do veículo descrito no pedido de ajuda.
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De acordo com a PM, o veículo foi localizado no bairro Alto Guandu. O suspeito dirigia e a vítima estava no banco do carona.
Em conversa com os militares, a mulher relatou que na noite anterior, o homem a teria levado até a ponte sobre o Rio Doce, próxima a uma fazenda, onde tinha intenção de matá-la.
O crime só não ocorreu por conta da passagem frequente de carros pelo local e com medo de ser visto, decidiu levá-la então até o município de Baixo Guandu. Durante o trajeto, o suspeito agrediu e ameaçou a vítima.
Com o homem, foi encontrada uma faca que foi apreendida e entregue na 15ª Delegacia Regional, local para onde foi conduzido o indivíduo. O carro foi removido ao pátio e o homem não era habilitado.
A Polícia Civil informa que o suspeito, de 48 anos, conduzido à Delegacia Regional de Colatina, foi autuado em flagrante por cárcere privado, lesão corporal e ameaça na forma da Lei Maria da Penha. Ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP)
Segundo Leonardo Ávila, titular da Delegacia Regional de Colatina, a vítima estava com lesões no braço e relatou ter um relacionamento de quatro anos com o suspeito.
De acordo com a mulher, ela estava em condição de cárcere há dois meses e não podia se comunicar com familiares e nem usar o celular.
“Quando a Polícia Militar abordou o veículo, verificou que essa senhora apresentava algumas lesões nos braços, e o suspeito estava em poder de uma faca. Em conversa ela relatou que já há dois meses estava sendo mantida em cárcere privado por esse suspeito que era companheiro dela. Ele não permitia que ela fizesse uso do telefone celular, não permitia que conversasse com familiares, e vinha mantendo essa senhora sob a custódia dela mediante ameaça e violência física contra ela”, disse.
Ainda segundo o delegado, o casal era do Paraná e vendia produtos pelas estradas. A investigação aponta que o homem se tornou violento com a vítima após adquirir um hábito de consumo de drogas e álcool.
De acordo com ele, após os episódios de violência, o suspeito parou de repassar valores dos produtos vendidos pelo casal à vítima, que vivia à mercê do homem.
Ele vai responder pelos crimes de lesão corporal, sequestro e cárcere privado e ameaça. Todos sob o contexto da Lei Maria da Penha.
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*Com informações da repórter Thais Cardoso, da TV Vitória/Record