Polícia

Na Mira da Lei: Série especial mostra a preparação e os desafios de um policial militar no ES

A série da TV Vitória conta como é feita a preparação do profissional que atua no Estado; Os alunos enfrentam treinamentos diários, rotina puxada, muitas horas de aulas práticas e teóricas

A preparação do soldado dura cerca de seis meses Foto: TV Vitória

A TV Vitória começou a exibir, nesta segunda-feira (30), a série especial “Na Mira da Lei”, sobre assuntos relacionados à segurança no Espírito Santo. A primeira reportagem da série aborda a preparação de um policial militar, assim como os desafios dessa carreira no Estado.

Os profissionais lidam, diariamente, com grandes riscos, precisam tomar decisões em uma fração de segundos, convivem com criminosos e também com vítimas. Para lidar com essas situações é preciso preparo, que começa no Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Polícia Militar, localizado em Cariacica, na Grande Vitória. 

Treinamentos diários, rotina puxada, muitas horas de aulas práticas e teóricas. A preparação de um policial militar dura cerca de seis meses. O aluno soldado Rafael Butilheiro está na etapa de conclusão do curso. Formado em Direito, ele trocou a carreira jurídica pela Polícia Militar. “Lá dentro da 1ª Vara Criminal eu tive contato com muitos policiais e comecei ter vontade de servir à Polícia Militar”, disse.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2013, no Espírito Santo, o salário inicial de um policial militar é de R$ 2.530. O valor ocupa o 11º lugar no ranking brasileiro, a frente de estados mais ricos, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, e atrás do Paraná e do Distrito Federal, que pagam os salários mais altos para a categoria no Brasil. 
 
Para o soldado Viana, que se formou na última turma em 2013, além do salário, o exemplo familiar foi muito importante. “Tenho primos e tios que são policiais do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. A carreira militar foi uma escolha para minha vida, por estabilidade e por eu gostar mesmo”, afirma.
 
Ednéia Serrano entrou na Polícia Militar em 2004, como soldado. Depois de sete anos atuando nas ruas, voltou ao CFA para fazer o curso de formação de oficiais. Formada em Educação Física, ela passou em um dos mais disputados concursos do Estado, que teve, na última edição, cerca de 7 mil inscritos para 40 vagas. “Eu me apaixonei por estar na Polícia Militar e queria alcançar um posto que me oportunizasse outras novidades na carreira”, disse. 

Para o Comandante do CFA, Tenente Coronel Marcio Celante, o alto nível intelectual dos alunos contribui para a formação de profissionais mais capacitados. “Nós temos recebido à Polícia Militar, seja no curso de formação de soldados ou no curso de formação de oficiais, alunos com um nível intelectual muito maior do que há anos atrás. Com isso, a assimilação de conhecimentos dentro da corporação vai ser mais fácil. A partir daí, teremos um policial não somente melhor formado, mas principalmente ciente das suas obrigações como policial militar”, explica.
 
Embora ainda sejam minoria, as mulheres ocupam cada vez mais espaço na estrutura da segurança pública. Jacielly Favoretti ingressou no último concurso para delegado de polícia. Ela conta que, no começo, a carreira escolhida não foi bem recebida pela família. “Quando eu fiz o concurso, eu nem havia falado com ninguém, eu só falei quando eu passei. Meu pai, principalmente, ficou preocupado. Eu já era concursada e ele ficou com medo de eu sair de um concurso e ir para outro, para lidar com criminosos. Mas depois, todo mundo me incentivou e ficaram orgulhosos”, afirma.

A soldado Laiara Valotto, de 24 anos, atua na Polícia Militar há um ano e conta que a mãe ainda se preocupa com a profissão que ela escolheu. “Minha mãe ficou um pouco receosa, preocupada, falou para eu ter cuidado. Mas eu demonstro segurança para eles, meu pai está muito orgulhoso”, conta. 
 
Empolgação e entusiasmo, sentimentos esperados de um novato na Polícia Militar, também estão presente na carreira de um profissional mais experiente. Para o Tenente Boa Morte, que em agosto completa 30 anos na PM, a carreira é prazerosa. “O entusiasmo é o mesmo porque a gente faz o que a gente gosta. Eu faria tudo outra vez, sem pensar duas vezes”, disse.