A TV Vitória começou a exibir, na última segunda-feira (30), a série especial “Na Mira da Lei”. A segunda reportagem da série mostra um panorama da segurança no Espírito Santo.
A cada seis horas, uma pessoa é assassinada no Estado. Em 2013, foram 1.565 vítimas, de acordo com as estatísticas da Secretaria de Segurança do Estado. Vitória é a 14ª cidade mais violenta do mundo, segundo estudo da ONG mexicana “Conselho Cidadão Para Segurança Pública e Justiça Penal”, que apura dados sobre violência no mundo todo.
Cerca de 40% dos crimes são cometidos por motivos banais, como por exemplo, uma discussão no trânsito, uma briga entre amigos ou um desentendimento familiar. “Infelizmente, por melhor que seja o trabalho policial, o máximo que se pode fazer é responsabilizar as pessoas que praticam esses crimes”, explica o Secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia.
Outra parte dos crimes é mais visível no Espírito Santo. O consumo de drogas aumentou, principalmente o do crack, e motiva a guerra do tráfico. Porém, a taxa de homicídios vem caindo desde 2010. O último registro aponta um índice de 40,7 assassinatos por 100 mil habitantes, enquanto o índice nacional é de 29 por 100 mil habitantes.
No ano passado, o Espírito Santo registrou o menor índice de homicídios, desde o ano 1993. Para o diretor de Estudos e Pesquisas do IJSN, Pablo Silva Lira, essa redução é um avanço. “É uma conquista de resultados e esforços dos últimos anos, e que deve ser mantido, devem ser intensificados os trabalhos, porque a gente está no caminho de redução efetiva da criminalidade no nosso Estado”, afirma.
Segundo o Secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, parte dessa redução se deve ao investimento realizado no Estado. Só neste ano, foram R$ 149 milhões investidos em equipamentos. “Houve um incremento da nossa capacidade de dar respostas mais adequadas à demanda de segurança pública da sociedade”, disse.
Se os números de homicídios assustam, os crimes contra o patrimônio também preocupam a sociedade capixaba. Para combater e/ou diminuir esses roubos e assaltos, mil câmeras já começaram a ser instaladas em 19 municípios do Estado. Na região Metropolitana serão 440 câmeras.
Na Serra, 36 novas câmeras já foram instaladas. Segundo do secretário de Defesa Social da Serra, Coronel Nylton Rodrigues, o objetivo é ajudar a solucionar crimes. “Nós queremos nos antecipar ao crime e acionar a PM para que aborde o cidadão suspeito. Havendo crime, nós queremos pegar essas imagens e auxiliar a Polícia Civil para identificação desse autor. Então, nós vamos aperfeiçoar essa central de videomonitoramento”, disse.
Mas a tecnologia sozinha não realiza prisões e nem soluciona crimes. Os policiais são a peça fundamental da segurança pública. Em 2011, o efetivo da Polícia Militar do Espírito Santo era de cerca de 7.800 militares. Esse número aumentou e em 2014, chegou a cerca de 9.700 militares. Até o final de 2014, o número de soldados nas ruas deve passar de 10 mil.
Na Polícia civil, o efetivo também foi ampliado. Investigadores, delegados e peritos foram contratados. Em 2003, segundo a Secretaria de Gestão e Recursos Humanos, havia 1830 agentes, investigadores, peritos e delegados no Espírito Santo.
De acordo com o Chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Joel Lyrio, em 2014, após a formatura da última turma, serão 2.928 policiais civis. “Com o maior esforço, aliando tecnologia, aumento do efetivo policial, capacitação profissional, nós vamos conseguir vencer mais essa etapa, que é colocar à disposição da Justiça, essas pessoas que estão à margem da lei”, afirma.
Apesar dos avanços, o sociólogo e mestre em Ciência Política, Deivison Souza Cruz, acredita que o Estado ainda precisa melhorar a aplicação dos recursos. “A sociedade não está vendo o efeito esperado, da maneira que ela acredita que deve ser feito. Então a sociedade está pedindo mais político social, melhor investimento, maior segurança”, explica.
O Secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, admite que os índices de violência ainda são altos no Estado. Mas ele ressalta que os indicadores do Espírito Santo estão acima da média nacional. “Enquanto a taxa média nacional de resolutividade, ou seja, dos crimes que são investigados e entregues à Justiça, gira em torno de 8 a 10%, a do estado do Espírito Santo está em torno de 44%. É um indicador fundamental que demonstra para a sociedade que nós estamos resolvendo esses crimes e levando os responsáveis à Justiça”, afirma.