A TV Vitória começou a exibir, na última segunda-feira (30), a série especial “Na Mira da Lei”. A quinta reportagem da série relembra as chuvas que atingiram o Espírito Santo em dezembro de 2013 e o trabalho solidário realizado por voluntários, equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, Exército e Aeronáutica.
O desastre natural deixou 24 mortes, 54 dos 78 municípios capixabas foram afetados. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas. Para muita gente, a ajuda só era possível pelo céu. Durante os primeiros dias da pior enchente que atingiu o Estado em 90 anos, as equipes trabalharam sem parar. “A gente se deparou com várias situações, várias pessoas em situações muito difíceis, tanto as pessoas que perderam familiares, quanto as pessoas que precisavam ser resgatadas. Fizemos o transporte de medicamentos, de alimentos, fizemos o transporte de enfermos para hospitais”, conta o chefe de operações do Notaer, Capitão Wellington Kunsch.
A demanda por resgate aéreo é tão grande que a Polícia Militar está adquirindo um novo helicóptero, que será exclusivo para atendimento médico. A nova unidade, que deve entrar em operação ainda este ano, vai reforçar o trabalho de resgate. Esse tipo de ocorrência responde por quase metade da demanda do Corpo de Bombeiros.
No dia 02 de julho, dia Nacional do Bombeiro. A importância da corporação pode ser medida por números. No Espírito Santo, só em 2013, foram 22.300 ocorrências, uma média de 61 atendimentos por dia, quase três atendimentos por hora. Metade dos casos foram ocorrências de atendimento a vítimas de acidentes.
O Tenente Coronel Pavani, do Corpo de Bombeiros, agilidade, nesses casos, é fundamental. “Agilidade é fundamental para quem está precisando ser socorrido. Os treinamentos que são feitos são justamente para aprimorar a técnica e ter essa presteza na hora do atendimento da pessoa que precisa do socorro”, afirma.
Para a soldado Shirley Horbelt, que arrisca a própria vida para ajudar o próximo, um trabalho como esse só pode ser feito com técnica e muita paixão. “O que eu escolhi para mim é ser bombeira, e eu pretendo fazer isso até o final”, disse.
Mas a solidariedade não se revela somente nos momentos de crise. Ela pode estar presente nas situações mais cotidianas. Como por exemplo, o pedido de conselho de alguém que começa a enfrentar os dilemas da vida.
A cabo Rosiane Ramos participa do Proerd, um programa da Polícia Militar que tem no diálogo a principal ferramenta de combate ao crime. Ela conta como o trabalho é feito. “As pessoas se aproximam, conversam com a polícia. A polícia não é vista como aquela pessoa que põe medo, mas sim, que ajuda a sociedade”, explica.
Para o cabo Luiz Albergaria, que também participa do Proerd, é possível enfrentar a violência sem armas. “Aqui, a gente precisa conquistar o aluno e mostrar para ele que a Polícia Militar não existe só para reprimir, o policial está ali para tornar-se um amigo. A segurança só vai ser feita pela sociedade junto com a Polícia Militar”, disse.
A estudante Ludmila Mendonça Faroni, que participou de uma das palestras do Proerd, fez questão de registrar a lição que aprendeu. “Nós somos a geração de hoje, vamos fazer a diferença. Fazer a diferença não usando drogas”, afirma.