Polícia

Na Mira da Lei: Tecnologia e força policial andam juntas no combate ao crime no ES

As câmeras de videomonitoramento são uma das principais ferramentas da segurança pública. Se algo desperta a suspeita, a central está conectada em tempo real ao Ciodes

As câmeras ajudam no combate ao crime no ES Foto: TV Vitória

A TV Vitória começou a exibir, na última segunda-feira (30), a série especial “Na Mira da Lei”. A quarta reportagem mostra os recursos usados pela polícia para reforçar a segurança pública e combater o crime no Espírito Santo.

As câmeras de videomonitoramento são uma das principais ferramentas da segurança pública. Na central localizada na Serra, é possível acompanhar o o que acontece em quase uma centena de locais. Se algo desperta a suspeita, a central está conectada em tempo real ao Ciodes.

O secretário de Defesa Social da Serra, Coronel Nylton Rodrigues, aposta na vigilância eletrônica para aumentar a capacidade das forças de segurança. “A tecnologia vem para tornar a Polícia Militar e a Polícia Civil mais eficientes, a fim de que nós possamos prender esses agressores da sociedade antes que eles cometam crimes, quando são vistos no videomonitoramento em atitude suspeita”, afirma.

No Ciodes, as imagens de todas as centrais são monitoradas em tempo real. Junto com as imagens das câmeras, os operadores recebem milhares de ligações, com chamadas sobre ocorrências, denúncias, pedidos de socorro. É do Ciodes que partem todas as demandas da segurança pública. O trabalho integrado otimiza os recursos e organiza a estratégia. Para o Major Carlos Nogueira, sem a tecnologia, seria impossível coordenar as operações. “A tecnologia que a gente utiliza hoje é primordial na atividade da segurança pública”, explica.

Também partem do Ciodes os pedidos de apoio aéreo, seja para uma operação em solo, fazer uma perseguição ou até para o transporte de tropa. Quando existem situações complicadas, a tarefa fica para o Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar (BME). Segundo o chefe da seção de logística do BME, Major Geovânio Ribeiro, a tropa é treinada para nunca recuar. “O BME é, para a Polícia Militar, o último recurso. Antes de nós, outras tropas serão lançadas no terreno. Se essas tropas tiveram dificuldade, o BME é acionado e ele não pode errar”, afirma.

Ainda segundo o Major, os treinamentos do BME são rigorosos. “O homem do Batalhão de Missões Especiais, ou treina ou opera, ou dá treinamento. Ele só tem esses três momentos no trabalho”, disse.

Em agosto do ano passado, a operadora de telemarketing Frantchesca Félix da Silva, de 32 anos, foi mantida refém pelo próprio namorado em um apartamento do Centro de Vitória. BME e atiradores de elite foram mobilizados para a ocorrência. Depois de duas horas, o vigilante Charles Rufino, foi preso pelo Batalhão de Missões Especiais. Na ocasião, o suspeito admitiu que estava sob efeito de cocaína. Fato que mostra que as drogas são uma das principais causas da violência e de prisões no Estado. 

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Segundo o sociólogo Deivison Souza Cruz, de cada 40 jovens entre 18 e 29 anos do Estado, um está preso. “Tem que impedir que novos segmentos juvenis adentrem oportunidades criminais e também tem que impedir que aqueles indivíduos, que já tem uma trajetória do aprisionamento, retornem. É preciso fechar as ‘torneiras’ nas duas pontas, na entrada e na saída. É essa a articulação que precisa ser feita entre governo do Estado e governo municipal”, explica.

O alto dos morros sempre foi considerado um ponto estratégico, tanto para as autoridades de segurança, como para os bandidos. Estar presente nessas áreas garante uma visão privilegiada do que acontece na cidade e o domínio de um território. Por isso, para garantir que o Estado esteja presente em todos os locais, e que nenhuma comunidade seja inacessível à polícia, o governo do Estado adotou a criação de serviços de atendimento ao cidadão. No Morro de São Benedito foi construída uma dessas unidades, que permite que os policiais façam patrulhamentos em áreas de difícil acesso.

Mas o combate ao tráfico depende não só da repressão direta. É preciso tirar os bandidos de circulação. Para isso, amostras de todas as drogas apreendidas pela polícia são enviadas para o laboratório de química da Polícia Civil, onde são analisadas. A comprovação do tipo de substância é uma etapa importante do inquérito. Segundo a perita criminal Bianca Bortolini, em 2313, foram mais de 13 mil laudos. “A gente emite, por ano, 13.300 laudos. Então, existe uma demanda muito grande desse material. Com base nele, o juiz pode emitir a sentença”, conta.

A perita criminal explica que drogas sintéticas estão se tornando cada vez mais frequentes. Elas são uma tentativa dos traficantes para burlar a lei. “A gente precisa de métodos novos para conseguir identificar essas substâncias”, disse.

Além disso, outro fator precisa ser enfrentado para diminuir a violência no Espírito Santo. Para o Tenente Coronel Leonardo Barreto, comandante do 6º Batalhão da PM, a impunidade é uma preocupação. “A gente percebe na prática policial, um individuo, que já foi preso dez, quinze vezes, não foi julgado, processado e sentenciado, sequer pelo primeiro delito. Isso chama atenção. É por isso que existem criminosos que debocham do sistema”, afirma.