Após lançar dúvidas sobre a idoneidade da polícia devido à condução do inquérito que apura a acusação de estupro contra o atacante Neymar, a modelo Najila Trindade Mendes de Souza, de 26 anos, foi alvo de um boletim de ocorrência por difamação feito pela Polícia Civil de São Paulo na última terça feira (11).
O delegado Fernando Bessa, que assina o B.O., entendeu que o teor das declarações da modelo teria manchado a honra da Polícia Civil como instituição e dos policiais do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt) que colheram as digitais na porta do apartamento da mulher após um suposto assalto ao imóvel.
De acordo com o boletim de ocorrência, um ofício deverá encaminhado ao IIRGD para solicitar o comparecimento dos policiais responsáveis pela coleta da prova material no apartamento da modelo “para que estes prestem declarações acerca do ocorrido e, caso sintam-se atingidos em sua honra, apresentem eventuais representações na forma preconizada pela lei (Artigos 141, inciso II e 145 parágrafo único, ambos do Código Penal)”.
No entanto, ainda não foram informados como o inquérito será conduzido, além das possíveis datas dos depoimentos de testemunhas e da própria modelo Najila Trindade, que figura na condição de investigada.
Repercussão
A presidente do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), Raquel Kobashi Gallinati, enfatizou que uma pessoa descontente com o resultado de um inquérito de investigações não pode tentar intimidar ou suspeitar da imparcialidade da instituição apenas por se sentir insatisfeita com o andamento das investigações.
“A Polícia Civil possui honra objetiva e tem uma reputação a zelar. É inadmissível aceitar ofensas levianas. A polícia não pode ficar à mercê de afirmações intimidatórias que querem colocar suas investigações em xeque. Nós trabalhamos para descobrir a verdade dos fatos e não em favor da defesa ou da acusação. Não aceitaremos ingerências na condução das nossas atividades. A imparcialidade da investigação é a essência da atividade de Polícia Judiciária”, frisou a delegada.
A delegada afirmou que a 7ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de São Paulo já entendeu – em casos anteriores – que é possível uma pessoa jurídica (Polícia Civil) ser vítima de um crime de difamação.
Outro lado
A reportagem do R7 não conseguiu entrar em contato com o advogado da modelo Najila Trindade até a publicação desta matéria.
Com informações do portal R7!