Polícia

'Não desejo isso nem para um inimigo', disse vítima de agressão em banheiro de terminal

Ele foi agredido no Terminal Laranjeiras. Em depoimento à polícia, a vítima confirmou que a motivação do crime foi por homofobia

Foto: TV Vitória

O homem que sofreu agressões em um banheiro do Terminal Laranjeiras, na Serra, prestou depoimento à polícia. Ele confirmou a versão de que foi vítima de homofobia. O crime aconteceu por volta das 22 horas de terça-feira (12).

A vítima, de 32 anos, compareceu na Delegacia Patrimonial na tarde desta quinta-feira (14). Ainda bastante debilitado por causa dos ferimentos, ele, que não quis ser identificado, falou pouco e disse que é difícil lembrar do que aconteceu. “Tem partes que não me lembro, pois desmaiei e fui parar no hospital”, disse.

No dia seguinte as agressões, amigos da vítima foram até a delegacia e registraram um boletim de ocorrência, pelo crime de tentativa de latrocínio. Isso porque a vítima estava hospitalizada. No entanto, depois que ele se recuperou um pouco mais, contou que tinha sido vítima de homofobia. Por isso, ao receber alta hospitalar, ele foi até a delegacia prestar depoimento.

A vítima é de Minas Gerais, mora no Espírito Santo há cinco anos e trabalha como auxiliar de serviços gerais. Ao companheiro, contou que eram quase 23 horas quando entrou no banheiro do Terminal Laranjeiras, onde um homem teria se estranhado com ele. “Ele contou que o homem cismou e partiu para a agressão física, sem explicação nenhuma”, contou o companheiro.

Os ferimentos foram na cabeça. A vítima contou que o suspeito utilizou uma arma para agredi-lo. Ele desmaiou e quando acordou já estava no hospital, onde precisou passar por uma cirurgia e segue com alguns curativos. Ainda durante a tarde de quinta, o auxiliar de serviços gerais passaria por exame de corpo e delito no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.

Para o companheiro dele, foi um grande susto e fica a indignação diante tanta crueldade. “A gente vê se passando com outras pessoas, mas até quando não acontece tão próximo, a gente não espera”, afirmou o companheiro. “Vivenciar o que eu vivenciei ali, não desejo nem para um inimigo. O medo fica, muito grande. Até porque qualquer pessoa pode ser um agressor”, disse a vítima.

A Polícia Civil disse que, até o início da manhã desta sexta-feira (15), nenhum suspeito foi preso. A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) informou que todos os terminais têm segurança patrimonial e são equipados com câmeras de videomonitoramento. A companhia disse que já está apurando os fatos para tomar as medidas cabíveis.