Quase um mês após uma família ser vítima de assalto e duas filhas do casal serem estupradas, eles ainda vivem cercados pelo medo. O crime aconteceu no dia 27 de janeiro deste ano dentro de um sítio, em Viana, onde o pai das jovens trabalhava como caseiro. Segundo uma das vítimas, a vida dela não é mais a mesma.
“Alguma coisa mudou dentro de mim, pois não vai ser mais a mesma coisa como antes. Eu não consigo dormir como antes, eu passo a madrugada acordada, a gente vai à rua e as pessoas ficam olhando”, disse a estudante de 16 anos.
A família já não mora no sítio. Depois de serem rendidos por dois homens armados, pai, mãe e os cinco filhos ainda tentam conviver com o trauma. “Eu e a minha irmã estávamos na igreja, e meus pais haviam chegado primeiro em casa. Nós voltamos, por volta das 22h30, e eles nos renderam. Eles mandaram a gente tirar a roupa e depois nos levaram para dentro de casa, em quartos separados, e nos abusaram novamente. Depois disso nos levaram para a casa de cima”, contou a jovem.
Os bandidos invadiram o sítio durante a noite, logo após o pai sair com os filhos para encontrar com o restante da família na igreja. Os criminosos renderam primeiro o casal, e os três filhos mais novos. Colocaram todos dentro de um quarto da casa. Cerca de meia hora depois as meninas chegaram. Enquanto estavam em poder dos criminosos elas foram obrigadas a todos os tipos de abusos, do psicológico ao sexual.
“Eles abriram uma garrafa de vinho e fizeram eu e minha irmã bebermos, com uma arma apontada para a nossa cabeça. Depois disso, nos levaram novamente para o quarto, nos filmaram e depois a polícia chegou”, relatou a estudante.
A adolescente também lembra que os dois bandidos falavam a todo o momento que sabiam a rotina diária da família. “Eles disseram que nos vigiavam dia e noite. Falaram que seguiam minha irmã quando ela saía para o trabalho. Sabiam praticamente tudo da gente, onde eu estudava, quem eram os meus amigos, com quem eu andava, que a gente ia para a igreja e que horas chegávamos em casa”.
Uma semana depois do crime a família se mudou do sítio e o pai teve que abandonar o emprego de caseiro. “Eu quero a justiça, pois em todo lugar tem impunidade, mas eu quero que eles paguem. Eles e quem mandou fazer isso”, destacou o homem.