Em janeiro de 2020, o jornalismo da TV Vitória exibiu o caso do frentista Joelcio Rodrigues dos Santos que foi agredido por um policial militar enquanto trabalhava em um posto de combustível na Praia de Itaparica, em Vila Velha. A vítima deu entrevista ao jornal Cidade Alerta e falou sobre a revolta em saber que este mesmo PM voltou a trabalhar.
Mesmo passado todo esse tempo, o profissional não esquece das agressões. Ele diz que fica ainda mais indignado por ser um profissional que deveria protegê-lo.
“Eu não dormia de noite pensando nisso. Eu, nessa idade, 40 anos, nunca tomei um tapa na cara nem dos meus pais. Um policial que estaria ali para me defender, que é um funcionário público, estava me agredindo no meu local de trabalho porque eu fiz as coisas certas que eram para a própria segurança dele e ele não gostou”, disse.
Além de fazer parte de suas lembranças, outra revolta de Joelcio é saber que o policial que o agrediu, voltou a exercer uma função na Polícia Militar na área administrativa.
“Hoje eu tive a informação que ele voltou a trabalhar no administrativo, então a vida da gente não será mais a mesma. Até hoje não teve nenhuma punição contra ele e ele recebe o salário normalmente”, contou o frentista.
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O caso
A agressão aconteceu em janeiro do ano passado e, na época, as câmeras de videomonitoramento registraram toda a situação. O frentista chega ao local de trabalho, tira o capacete e sobe as escadas. Assim que ele desce de volta para o posto, um PM já o aguarda.
Os dois dão início a uma discussão e, de repente, o policial dá um tapa no rosto do frentista. Ao verem a cena, os demais funcionários do local tentam separar a briga e o PM chega a apontar uma arma para Joelcio. Até hoje, o pedido que ele faz é por justiça e que o policial seja, de fato, punido.
Veja o momento da agressão:
Por meio de nota, a Polícia Militar disse que encerrou o inquérito, apurou os fatos e encaminhou ao Ministério Público. O MP, por sua vez, denunciou o PM pelos crimes de lesão corporal, injúria e ameaça. Todas as informações foram encaminhadas à Justiça, que agora decide se condena ou não o policial.
Ainda de acordo com a polícia, o PM voltou a trabalhar no mês de dezembro pois a licença psiquiátrica foi encerrada.
* Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV.