Um problema que, mesmo com a pandemia, continua fazendo vítimas em todo o Brasil, tem dado dor de cabeça aos capixabas. Os registros de roubos e furtos de celulares no ano de 2020 atingiu a marca de 1.400.000 em todo o Brasil. Só no Espírito Santo esse número chegou a 15.500 durante o ano, uma média aproximada de 44 celulares por dia.
Uma dessas vítimas foi uma empregada doméstica que entrou para as estatísticas. Ela teve o celular roubado às cinco horas da manhã no bairro Aribiri, em Vila Velha. Tudo aconteceu enquanto ela estava no ponto de ônibus indo para o trabalho.
A mulher prefere não se identificar, mas ela contou que quando estava no ponto de ônibus, dois criminosos chegaram a bordo de uma moto vermelha e além do celular, a dupla levou todos os pertences da diarista.
“Eles passaram de moto e um começou conversar entre eles perguntando se ‘era por ali ou não’ aí eles retornaram, chegaram perto de mim e me encurralaram puxando a bolsa”, relembrou a vítima.
A vítima ainda conta que após o crime, a neta dela chegou a telefonar para o aparelho roubado, ela conversou com os assaltantes que ficaram bravos e disseram para não serem perturbados. Sendo assim, a única alternativa foi fazer o bloqueio do aparelho para impedir que ele seja utilizado por outra pessoa.
Problema repetido
Há alguns anos, o filho desta mesma diarista também se tornou vítima da criminalidade e teve o celular roubado. “Os três foram do fundo do ônibus para o meio do ônibus e o primeiro já botou a 12 na minha cabeça pedindo para eu tirar o celular da cintura e depois foram fazendo a limpa no resto do ônibus”, contou.
De acordo com o coordenador da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Rafael Araújo, a pandemia teve forte influência para a queda nos registros de roubos e furtos a celulares. Ele ainda explicou que a agência conta com uma ferramenta que detecta quando algum aparelho é adulterado.
“No momento em que o celular é adulterado por um meio inválido ele já é detectado na rede e começa a receber mensagens SMS avisando que o celular está em desconformidades com a lei e que ele vai ser bloqueado então se não conseguir sanar essa adulteração, o aparelho será bloqueado. Trata-se de um mecanismo automático e não é solicitado pelo usuário”, explica.
O delegado Marcelo Nolasco faz um alerta sobre pessoas que compram aparelhos celulares sem saber a real procedência e lembra que a receptação de produtos roubados é crime.
“Quando você compra um celular, por um site, em uma praça de um desconhecido e esse celular está sendo vendido para você sem caixa, sem fone de ouvido, preço baixo, você deve imaginar que aquilo ali é ilícito. Isso configura um crime de receptação chamada de culposa onde essa pessoa é responsabilizada criminalmente com uma pena reduzida”, disse.
* Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV.