A enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, que estava grávida e foi encontrada morta a tiros em Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo, teve o corpo coberto de cal pelo assassino. A informação consta no boletim unificado feito pela Polícia Militar.
O corpo foi encontrado na última quinta-feira (11), mas apenas nesta segunda-feira (15) foi reconhecido pela família. O fato de ter jogado cal levanta a hipótese de que o criminoso queria encobrir o assassinato.
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Em entrevista ao Folha Vitória, a delegada aposentada da Polícia Civil, Gracimeri Gaviorno, explica que a cal possui um Ph alto (uma medida do grau de acidez ou alcalinidade). Com isso, a substância tem um alto poder de degradação de tecidos.
“Entretanto, diferente de acelerar o processo de putrefação, ou seja, o apodrecimento, a cal vai calcificar o corpo. Com isso, ele vai se tornar uma superfície rígida pelo acúmulo de sais”, descreve a delegada.
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Ela acrescenta que o elemento também evita a propagação do cheiro de decomposição pelo ar. “Com isso, evita que as pessoas nas proximidades do local sintam o odor muito forte característico da ação”, explicou.
“Não é todo mundo que sabe das propriedades”
Gracimeri Gaviorno destaca que chama a atenção o fato de que nem todas as pessoas possuem o conhecimento sobre essas propriedades da cal.
“Não me recordo de ter pego casos aqui no Espírito Santo em que o criminoso utilizou cal sobre o corpo. Isso pode até mesmo, como suposição, mostrar que a pessoa tem conhecimento de manipulação de corpos, além da possível premeditação”, ressalva.
A especialista pontua que a cal é utilizada em várias áreas, como indústria química, construção civil, indústria alimentícia e em cemitérios.
Em nota, a Polícia Civil informou que o crime segue sob investigação da Delegacia de Alfredo Chaves. No comunicado, a polícia destaca que, para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada, conclui.
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