Em áudio, enfermeira relata agressão do ex-namorado
Íris Rocha contou, em mensagem para amiga, que levou mata-leão de Cleilton Santana e só iria trabalhar porque havia passado maquiagem no rosto
A enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, assassinada a tiros no Espírito Santo, denunciou em áudio enviado para uma amiga sobre a agressão física que sofreu por parte do então namorado, Cleilton Santana.
Na mensagem, ela narra que “apagou e acordou no chão cuspindo sangue”. O caso aconteceu em outubro do ano passado, pouco mais de três meses antes de ser executada.
O suspeito foi preso no início da tarde desta quinta-feira (18), ao passar de carro com o advogado pelo posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Viana, na BR-262. Íris estava grávida de 8 meses de uma menina, filha de Cleilton.
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A vítima foi a uma delegacia da Polícia Civil, no dia 5 de outubro do ano passado, para relatar toda a agressão e mostrar os ferimentos. No boletim de ocorrência, ela revelou que estava grávida de 15 semanas e eles já estavam namorando havia cinco meses.
Em uma conversa, obtida com exclusividade pelo Folha Vitória, Íris destaca a uma amiga que recebeu um mata-leão do namorado quando estava em cima da cama. O motivo teria sido o fato dela ter omitido uma informação relacionada ao trabalho. Ela fazia mestrado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
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Com a agressão, Íris desmaiou, "perdendo os sentidos", e acordou tempo depois com sangue saindo pelo nariz. Cleilton, nesse momento, passou a pedir desculpa pelo que havia feito.
"Eu acordei meio assim e ele me ajudou depois. Pediu desculpas e se arrependeu. Acho que ele ficou preocupado pelo que fez. E eu consegui vir trabalhar agora", descreve a vítima à amiga no áudio.
Confira o áudio em que Íris Rocha que narra a agressão:
Íris também explicou no áudio que iria até o trabalho após fazer maquiagem no rosto, para esconder os ferimentos causados por Cleiton. Uma foto do próprio rosto foi enviada por Íris para a amiga.
“Amanhã eu também vou conseguir trabalhar por causa da maquiagem. Não dá para ver muito. E aí consigo passar a maquiagem”, disse na mensagem.
A enfermeira teria ficado alguns dias afastada do trabalho por causa das marcas no corpo.
Íris disse que ia trocar a chave da casa e o número do celular
Com medo do ex-namorado e de sofrer novas agressões, Íris também relatou na mensagem de áudio enviada pelo Whatsapp que iria trocar o “miolo da chave de casa” na tentativa de afastar Cleilton. Além disso, iria tirar o chip do celular.
"Só que é um pouco longe a minha casa. Então eu não sei como que vou fazer. Amanhã, na hora do almoço, eu já tiro o chip do meu celular, desse celular que eu 'tô' falando com você. E já vou pra casa de uma amiga. E aí eu fico incomunicável já", relatou.
Após as agressões, suspeito deu banho na enfermeira
No boletim de ocorrência registrado por Íris, obtido pelo Folha Vitória, a vítima também narrou para a polícia que, após as agressões, ela desmaiou e, quando acordou, se viu sentada no chão, com o nariz sangrando e tossindo.
O suspeito pediu perdão e em seguida deu banho nela, segundo informações passadas pela própria Íris à polícia. Logo depois, eles foram para a casa da família de Cleiton.
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À tarde, Íris foi trabalhar e chegou a contar sobre a agressão para uma colega de trabalho, que a incentivou a procurar a Polícia Civil, o que aconteceu no mesmo dia, à noite.
Quem era enfermeira encontrada morta no ES?
Íris morava em Jacaraípe, na Serra, mas seu corpo foi encontrado em uma região de mata por um policial militar de folga, em Alfredo Chaves, região Sul do Estado.
A partir de então, os investigadores deram início ao trabalho de perícia e apuração do caso para identificar o autor, como ele agiu e a motivação do crime.
´Amigos e familiares lembram de Íris como uma pessoa alegre, meiga e batalhadora. Ela tinha um filho de 8 anos.
A enfermeira também era dedicada aos estudos, inclusive era mestranda na Ufes e coordenadora de um estudo nacional do Ministério da Saúde.
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