Polícia

Imóveis de luxo: falsos corretores deram prejuízo de mais de 300 mil no ES e RJ

Segundo a Polícia Civil, as vítimas eram atraídas por descontos de 20% no preço do aluguel. Uma das suspeitas de golpe está foragida

Foto: Montagem / Folha Vitória

Uma quadrilha especializada na prática de estelionatos no setor imobiliário no Espírito Santo deixou um prejuízo de mais de R$ 300 mil. Segundo a polícia, os falsos corretores chegaram a abrir uma empresa legalmente para continuar com as atividades ilícitas. Eles também são suspeitos de aplicar golpes no Rio de Janeiro. 

Segundo a Polícia Civil, os suspeitos, que atuavam no mercado de luxo desde 2020, atraíam vítimas para pagarem antecipadamente aluguéis anuais com descontos, que supostamente já incluíam o valor do condomínio. 

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Em uma coletiva, realizada durante a tarde desta quarta-feira (31), os golpistas foram identificados como: 

-Wanda Araújo Resende de Souza, 60 anos
-Mailson Machado, 34 anos
-Rikelly Polyana Raulta de Souza, 44 anos

De acordo com o chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), delegado Gabriel Monteiro, Mailson e Rikelly foram presos no mês de novembro do ano passado. Já Wanda, está foragida pelo sistema e possivelmente vive fora do Brasil.

Investigação começou após vítima relatar golpe

O delegado Gabriel Monteiro explica que a Polícia Civil recebeu informação de uma vítima que teria caído em um golpe após alugar um imóvel. “Ela disse que sequer pegou as chaves e conhecer o apartamento”. 

Os suspeitos afirmavam para as vítimas que possuíam documento no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci). Entretanto, foi descoberto que apenas Wanda possuía o documento.

Com isso, as investigações foram iniciadas, chegando à marca de 13 boletins de ocorrência relatando o mesmo golpe. 

Como o golpe era aplicado? 

Segundo a Polícia, a quadrilha, com a empresa legal, pegavam anúncios do imóvel na internet, entravam em contato com o locador e, com isso, conseguiam realizar o contrato.

Ao surgir um interessado, os golpistas realizavam uma proposta interessante: quem fechasse o negócio teria um desconto de 20% ao pagar todo o aluguel do ano. Isso, em conjunto com o IPTU e condomínio. Mas sem o conhecimento do locador. 

“Eles chegavam a fazer contato com os locatários, entretanto, os iludiam, falando que teriam um desconto de 20% se pagassem todo o aluguel do ano, juntamente com o condomínio e o IPTU antecipadamente, isso sem autorização do locador”, relatou o delegado Gabriel Monteiro. 

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A partir dessa situação, o delegado explica que a vítima pagava um grande valor. Uma delas relatou ter tido um prejuízo de mais de R$ 46 mil. Mas o dinheiro não chegava nas mãos dos donos do imóvel. “Eles ficavam enrolando tanto o dono do imóvel quanto o locatário”. 

Alguns indivíduos chegaram a ser despejados após alguns meses morando no imóvel, após a falta de pagamento de IPTU e condomínio. 

Presos viviam vida de luxo

Durante as investigações, foi descoberto que Wanda, Mailson e Rikelly estavam vivendo uma vida de luxo, às custas dos golpes praticados. Um dos acusados foi preso em um imóvel com aluguel de R$ 4.500. 

“A outra estava em um apartamento, localizado de frente para a praia, cujo valor do aluguel era R$ 7.500. Ou seja, estavam vivendo uma vida de luxo, às custas de pessoas vitimizadas, que estavam perdendo sonhos de morar em um local bom”, disse o delegado. 

Situação causou instabilidade no mercado de Vila Velha 

O delegado também explica que a situação gerou uma instabilidade no mercado imobiliário de Vila Velha. As empresas que trabalham no ramo estavam enfrentando um prejuízo. 

“Esse prejuízo aconteceu porque tanto os locatários, quanto os locadores estavam com receio de realizar os contratos. Houve um prejuízo direto para as vítimas e um indireto para o mercado imobiliário”, ressalta Gabriel Monteiro. 

Quadrilha também agia no Rio de Janeiro 

A quadrilha, que deixou prejuízo de mais de R$ 300 mil, segundo as investigações, também aplicou golpes no Rio de Janeiro. “Temos informações de que a quadrilha não apenas agia em Vila Velha, mas temos processos no estado do Rio”.

Ainda segundo a Policia Civil, a quadrilha pode responder pelos crimes de estelionato, com a pena multiplicada em 13 vezes, devido ao número de vítimas, além de associação criminosa.  

Caso alguém possua informações do paradeiro de Wanda Araújo Resende de Souza, pode entrar em contato com o Disque-denúncia 181. 

*Com informações da repórter Larissa Barcellos, da TV Vitória/Record

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Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtor Web
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória