Polícia

Pitbull morre envenenado com soda cáustica em João Neiva

Tutores afirmam que trouxinhas com o veneno foram colocadas em pedaços de carne. A perícia da Polícia Civil detectou a presença do produto no alimento

Guilherme Lage

Redação Folha Vitória
Foto: Acervo pessoal

Um cachorro da raça pitbull morreu após ingerir soda cáustica embalada em carne na noite da última sexta-feira (12), em João Neiva, na região Noroeste do Espírito Santo

De acordo com um dos tutores do animal, o engenheiro mecânico Peterson Grigório Gama, quem notou que o cão estava passando mal foi a esposa, a influenciadora digital Nárgila da Fonseca Pinto Gama

Ela teria chegado em casa na noite de quarta-feira e notou que o cão, chamado Kunk, estava estranho, com espuma branca na boca, além da presença de vômito pela casa. 

"Ela desconfiou de envenenamento. Logo após, ela encontrou pelo quintal, umas trouxinhas de veneno, com a carne enrolada. Naquele momento, acionamos o veterinário", relatou o engenheiro. 

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Segundo ele, Kunk chegou a ficar internado em uma clínica veterinária durante toda a quinta-feira, e os tutores chegaram a achar que o cãozinho ficaria bem, mas na manhã de sexta-feira, a história mudou. 

O cão começou a apresentar hemorragia. O sangramento saía pelo nariz, além do vômito e na evacuação do animal, que não resistiu e acabou morrendo na noite de sexta-feira. 

Soda cáustica usada no envenenamento

Como Kunk havia vomitado bastante, algumas trouxas contendo o veneno ainda estavam no vômito do animal. Os tutores conseguiram colher o material e levar para a perícia da Polícia Civil. 

A perícia apontou a presença de soda cáustica, além de plástico. O tutor relata que foram encontradas muitas trouxas com veneno, que foram expelidas pelo próprio cachorro em todo o quintal. 

"Levamos para a polícia laudar, mas vimos que a soda tem cheiro, e o cheiro é muito forte. Então percebe-se que quem fez isso botou dentro de uma luva cirúrgica, colocou a soda, amarrou, depois cortou e botou dentro de uma carne. Foi bem meticuloso e foram muitas trouxas, só que ele vomitou, foram umas 7, não sabemos quantas ele engoliu ainda", disse. 

Cão era dócil, diz tutor

De acordo com Peterson, Kunk era um cachorro dócil e estava com a família há bastante tempo. O cão completaria 8 anos em breve, e o casal o levou para casa quando ainda era filhote. 

"Era um cachorro muito dócil, estava com a gente desde quando nasceu. Ele estava com uns 7 anos. E ia fazer 8 anos esse ano, nunca teve problema com ninguém, nem com cachorro, nem com gente. Convive com criança desde sempre. Sempre foi criado solto, convive até com gatos". 

De acordo com Peterson, a família já tem um suspeito de quem poderia ter envenenado o cão, mas não pode ceder mais informações, para não afetar as investigações. 

Cobrança por respostas

A deputada estadual Janete de Sá, presidente da CPI de Maus-Tratos Contra os Animais da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), foi procurada pelo casal. 

A parlamentar informou que a CPI está em recesso, mas isso não impede de cobrar respostas sobre a morte do animal. 

“Precisamos encontrar o autor desse crime tão covarde. Não posso imaginar o que o Kunk sofreu, ele foi vítima de um ato cruel de uma pessoa que ainda insiste em não conviver com animais. Espero que o criminoso pegue a pena máxima de 5 anos de prisão", afirmou a deputada.

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