Golpe do INSS: grupo fazia empréstimos de até R$ 50 mil com documentos falsos de aposentados
Uma mulher foi presa, nesta semana, em Guarapari. Outras pessoas são investigados de participarem do crime
Uma mulher, de 38 anos, suspeita de integrar uma organização criminosa que usava nome de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional da Previdência Social (INSS) foi presa nesta semana. Segundo a polícia, o grupo fazia empréstimos de até R$ 50 mil usando documentos falsos com nome das vítimas.
A suspeita, que não teve o nome divulgado, foi presa em flagrante, na quarta-feira (16), em uma agência bancária do bairro Muquiçaba, em Guarapari.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais do município, delegado Guilherme Eugênio, funcionários do banco desconfiaram da pressa da mulher.
"Eles desconfiaram da urgência da estelionatária. Ela exigia o pagamento em espécie no mesmo dia que o crédito foi conferido a ela. Como isso não é comum nessa categoria de contratação, a gerente do banco consultou o serviço de segurança bancária e esse serviço acionou a polícia", explicou.
A suspeita é de Brasília e estava hospedada no quarto de um restaurante, no litoral do Espírito Santo. No local, a polícia apreendeu uma impressora profissional, documentos falsos da mulher e de pelo menos 18 pessoas, que teriam sido vítimas do grupo. A polícia acredita que as vítimas não sabiam que o nome estava sendo usado por criminosos.
A mulher trabalhava como vendedora ambulante e, segundo a polícia, teria aberto uma empresa com alto capital social. Os investigadores acreditam que ela e os comparsas estejam aplicando esse golpe no Estado há pelo menos dois meses.
Ainda de acordo com as investigações, a mulher não agia sozinha. Pelo menos outras três pessoas, que ainda não foram identificadas, também participavam do crime. O dono do restaurante onde a mulher estava hospedada também é investigado.
"Ele era o elo que os criminosos tinham em Guarapari. Ele recebeu os três protagonistas do golpe e, de alguma forma, favoreceu esses crimes, como levar a estelionatária aos bancos", disse o delegado.
O delegado lembrou que as vítimas procuram a polícia para tentar reaver o dinheiro perdido.
"Aposentados e pensionistas reclamam que tem dificuldade para comprovar que aquele empréstimo não foi feito por ele. Tem muita gente que procura a delegacia para denunciar esse empréstimo e quer que a polícia cancele, mas não temos legitimidade para promover esse cancelamento. A única orientação que podemos dar é que procurem a Justiça", disse.
A mulher vai responder por estelionato qualificado e caso continua sendo investigado.
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INSS alerta para possíveis fraudes e dá dicas para evitar golpes
O INSS destacou que não entra em contato por meio de mensagens de telefone ou aplicativos, ligação ou e-mails para oferecer serviços de empréstimo consignado, nem envia motoboys para a casa dos beneficiários. Não devem ser passados, em nenhuma hipótese, dados como senhas e dados bancários.
A entidade destacou que as cláusulas desses acordos feitos entre o INSS e as instituições financeiras preveem que cabe aos bancos acordantes a adoção de cuidados para evitar o vazamento de dados, consignações fraudulentas e assédio comercial.
Em caso de fraudes ou em que não reconheça o empréstimo, o segurado deve procurar imediatamente a instituição financeira e registrar também sua reclamação no Portal do Consumidor para fins de tratamento e exclusão de descontos.
O próprio beneficiário pode solicitar o bloqueio de contratação de operações de crédito consignado por meio do Meu INSS, site ou aplicativo ou pela Central 135, que funciona das 7h às 22h, de segunda a sábado.
O atendimento deste serviço é realizado à distância, não sendo necessário o comparecimento presencial nas unidades do INSS.
"Reforçamos que é disponibilizado Extrato de Empréstimos Consignados pela internet. Tal serviço pode ser obtido pelo Meu INSS. Por meio desse extrato é possível ao segurado conferir todo histórico de créditos consignados realizado com desconto no benefício previdenciário, além de outras informações como a margem da consignação atual, valores de parcela e prazo", esclareceu o Instituto.
*Com informações da repórter Rafaela Freitas, da TV Vitória/Record TV.