Polícia

Suspeito de aplicar golpes no ES e se passar por policial para ameaçar vítimas é preso na Bahia

O homem anunciava produtos nas redes sociais, mas após fechar os contratos e receber o pagamento, bloqueava as vítimas e ameaçava quem dizia que iria denunciá-lo

Gabriel Barros

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/ Polícia Civil

Um homem de 30 anos, suspeito de aplicar golpes em mais de 20 pessoas na Grande Vitória e no interior do Espírito Santo, foi preso em Ipiaú, na Bahia. O rapaz, segundo a polícia, anunciava a venda e aluguel de produtos para festas de casamento, formatura, aniversário e empresas nas redes sociais e depois que recebia dinheiro bloqueava as vítimas.

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O suspeito foi preso em 30 de janeiro. O homem, que não teve o nome divulgado, também teria ameaçado as vítimas. Ele afirmava ser um policial e dizia que iria arrancar a cabeça de quem o denunciasse.

O delegado responsável pelo caso, Josafá Silva, explicou que a apuração começou após um dos investigadores observar que o nome do suspeito se repetia nos registros dos boletins de ocorrência.

"A investigação começou no ano passado. Nosso investigador, validando ocorrências, notou que estava se repetindo o nome do autor. Fizemos uma pesquisa no sistema e encontramos 21 ocorrências, principalmente na Serra, Vitória, Cariacica, Vila Velha, Viana e Aracruz", explicou.

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O homem, segundo a polícia, cobrava valores abaixo do mercado para atrair as vítimas. Quando começou a aplicar o golpe, ele usava nomes de outras pessoas, mas a medida que foi ganhando confiança e perdendo o medo o suspeito começou a usar o próprio nome.

"Ele anunciava nas redes sociais serviços de choperia, aluguel e venda de barril de chopp, aluguel de toalha, taças, cadeiras, mesas e até brinquedos infláveis para festas. Em seguida, o contato era feito pelo WhatsApp. A pessoa fazia o contato pelo WhatsApp, falava o que queria, ele fazia um contrato, assinava e mandava para a pessoa. Depois, a pessoa pagava uma parte ou o total do contrato, ele ficava com o dinheiro e bloqueava a pessoa", detalhou o delegado.
divulgação SESP
divulgação SESP
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Suspeito se passava por policial e ameaçava vítimas

De acordo com as investigações, quando as vítimas questionavam o golpe por outros canais de comunicação com o suspeito, como as redes sociais, o homem fazia ameaças.

"Se a pessoa cobrasse ele pelas rede social, por exemplo, ele se passava por policial e dizia que iria cortar a cabeça de quem ficasse a procura dele", disse o delegado.

Ao saber que estava sendo investigado, o homem, que morava na Serra, foi para Pedro Canário e, em seguida, fugiu para a Bahia, onde acabou preso. Segundo a polícia, o último golpe teria sido aplicado em 18 de janeiro, 12 dias antes da prisão.

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Segundo a polícia, os contratos firmados pelo suspeito com as vítimas eram em torno de R$ 1,5 e R$ 2 mil cada. Ao todo, ele teria deixado um prejuízo de mais de R$ 30 mil para as 21 vítimas que registraram o caso desde 2021. O delegado destacou, no entanto, que o montante pode ser ainda maior já que muitas vítimas não denunciam.

"Mais de 60% das vítimas de crimes contra o patrimônio não fazem o registro na delegacia. Em casos de estelionato, o percentual é maior ainda. A maioria dos casos registrados foram feitas pela internet. Para a polícia começar uma investigação deste tipo de crime, a pessoa também precisa fazer a representação, ela precisa 'autorizar' que seja investigado", explicou.

O suspeito foi autuado pelo crime de estelionato. Ele vai ser transferido da Bahia para o Espírito Santo para ser ouvido pelo delegado responsável pelo caso.