O empresário Sérgio Magalhães Gaudio, de 77 anos, acusado pelo feminicídio triplamente qualificado da companheira Vanuza de Barros, foi condenado a 21 anos e 10 meses de prisão após Júri Popular realizado no Fórum de Vitória nesta sexta-feira (18).
Ele é acusado de ser o mandante do assassinato da esteticista, atingida por dois disparos quando deixava uma clínica de estética onde trabalhava, em Jardim Camburi, Vitória, no dia 31 de outubro de 2001.
“Conseguimos a condenação em mais de 20 anos de reclusão, onde ele saiu algemado desse Fórum. A justiça foi feita. Estamos saindo aqui do plenário, jurados acataram a tese que apresentamos”, afirmou o advogado da defesa, Tiago Figueira.
Prestes a completar 86 anos, a mãe da esteticista, dona Iracema, compareceu ao Fórum de Vitória para acompanhar o julgamento. Mais cedo, em entrevista à equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV, ela desabafou sobre a morte da filha, assassinada aos 28 anos.
“Ele matou ela, matou um pedaço da minha vida. Eu sou mãe de 10 filhos, todos eles estão vivos. Só falta ela, que foi tirada de nós nessa situação. Uma menina que não fez mal à ninguém e ele teve coragem de mandar matar ela. Ela queria separar dele”, contou a mãe.
A reportagem do Folha Vitória tenta falar com a defesa do acusado. Anteriormente, ele havia afirmado que a inocência do empresário seria comprovada.
“Nós vamos provar a inocência dele para os jurados, vamos provar que ele não tem nada a ver com isso, que foi uma armação. Temos provas, cartas de amor, tudo para mostrar que eles viviam em harmonia. Quem vive mal com o marido não vai mandar cartas”, afirmou o advogado.
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Relembre o caso
O empresário Sérgio Gaudio, denunciado pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) pelo feminicídio triplamente qualificado da companheira, em 31 de outubro de 2001, foi julgado pelo Tribunal do Júri no Fórum de Vitória, nesta sexta-feira (18).
Ele é acusado de ser o mandante do assassinato da então companheira, Vanuza de Barros, atingida por dois disparos quando deixava uma clínica de estética onde trabalhava, em Jardim Camburi, Vitória.
Na época, o empresário tinha mais de 50 anos e era dono de um posto de combustíveis. Segundo o Ministério Público, ele mantinha um relacionamento possessivo e violento com a vítima há quase dois anos e cerca de um mês antes da morte da companheira, descobriu um caso de infidelidade.
Após a descoberta, no entanto, o empresário fez um seguro de vida para ela, constando como único beneficiário. Depois do crime, o então empresário chegou a entrar na Justiça para receber o valor do seguro.
Desde o início das investigações, o empresário foi apontado como suspeito do crime. O posto de gasolina dele, no bairro Boa Sorte, em Cariacica, era considerado o ponto de encontro de pistoleiros acusados de diversos crimes.
Entretanto, o caso teve uma reviravolta quando foram apreendidas duas armas com o sócio do denunciado. O exame de balística comprovou que uma delas foi utilizada para assassinar a vítima e, com isso, o empresário foi indiciado como mandante do feminicídio.
Após a pronúncia do réu, a defesa dele interpôs diversos recursos no Tribunal de Justiça e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, de forma a protelar o processo. Ele foi condenado nesta sexta-feira (18).