Polícia

"Se ele sair livre, saberemos que não existe justiça", diz mãe de esteticista morta há 20 anos

O júri do empresário Sergio Gaudio, acusado de matar Vanuza de Barros, em outubro de 2001, começou na manhã desta sexta-feira

Foto: TV Vitória

Começou nesta sexta-feira (18), o júri do empresário Sergio Gaudio, acusado de matar a esposa, Vanuza de Barros, em 2001. Prestes a completar 86 anos, a mãe da esteticista, dona Iracema, compareceu ao Fórum de Vitória para acompanhar o julgamento. 

Em entrevista à equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV, ela desabafou sobre a morte da filha, assassinada aos 28 anos.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

 "Nós estamos arrasados. Ela faz muita falta, alegrava muito a gente. Posso até encontrar com ele, mas não vou olhar para ele. Eu estou aqui quase sem poder, pois não estou bem de saúde. Se ele sair livre, vai ser uma tristeza muito grande, porque aí saberemos que não há justiça", disse Iracema. 

Vanuza foi morta em 31 de outubro de 2001, quando saía de uma clínica de estética onde trabalhava, em Jardim Camburi, Vitória. 

Na época, o empresário tinha mais de 50 anos e era dono de um posto de combustíveis.

"Ele matou ela, matou um pedaço da minha vida. Eu sou mãe de 10 filhos, todos eles estão vivos. Só falta ela, que foi tirada de nós nessa situação. Uma menina que não fez mal à ninguém e ele teve coragem de mandar matar ela. Ela queria separar dele", contou a mãe. 

Relacionamento possessivo e violento

Segundo o Ministério Público, o empresário mantinha um relacionamento possessivo e violento com a vítima há quase dois anos e cerca de um mês antes da morte da companheira, descobriu um caso de infidelidade.

Após a descoberta, o empresário fez um seguro de vida para ela, constando como único beneficiário. Depois do crime, o então empresário chegou a entrar na Justiça para receber o valor do seguro.

Desde o início das investigações, o empresário foi apontado como suspeito do crime. O posto de gasolina dele, no bairro Boa Sorte, em Cariacica, era considerado o ponto de encontro de pistoleiros acusados de diversos crimes.

O caso teve uma reviravolta quando foram apreendidas duas armas com o sócio do denunciado. O exame de balística comprovou que uma delas foi utilizada para assassinar a vítima e, com isso, o empresário foi indiciado como mandante do feminicídio.

Após a pronúncia do réu, a defesa dele interpôs diversos recursos no Tribunal de Justiça e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, de forma a protelar o processo, que agora caminha para o desfecho com a realização do Tribunal do Júri.

O que diz a defesa do empresário

Em conversa com a equipe de reportagem do Folha Vitória nesta manhã, a defesa de Sergio Gaudio, representada pelo advogado Jorge Benedito Florentino, afirmou que tudo não passou de uma armação.

"Nós vamos provar a inocência dele para os jurados, vamos provar que ele não tem nada a ver com isso, que foi uma armação. Temos provas, cartas de amor, tudo para mostrar que eles viviam em harmonia. Quem vive mal com o marido não vai mandar cartas", afirmou o advogado. 

Com informações da repórter da TV Vitória/Record TV, Danielle Cariello.

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