O segundo dia de Júri Popular do espanhol Jesús Figon Leo, acusado de matar a esposa Rosemary Justino Lopes, deve ser de fato o último, com possível condenação do réu.
O primeiro dia da sessão começou na manhã de quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, e terminou pouco após às 22h30, após o acusado prestar depoimento por mais de seis horas.
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Já nesta quinta-feira (10), segundo informações do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), houve a leitura e tradução de alguns documentos que estão nos autos.
Por volta das 12h, o julgamento encontrava-se na fase dos debates, com o promotor de Justiça fazendo uso da palavra, que tem limite de uma hora e meia. Depois, a defesa terá o mesmo tempo. Pode haver réplica e tréplica
Em seguida, o Conselho de Sentença se reúne para, posteriormente, decidir se o crime foi mesmo de homicídio. Caso haja condenação, a juíza fará a dosimetria da pena, que é o cálculo da duração dela.
Depois haverá o pedido do MP para prisão preventiva, em caso de uma pena estipulada em mais de 15 anos, com o envio da documentação para o Ministério da Justiça e para o Ministério das Relações Exteriores para as demais providências burocráticas e aviso para a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Continuação de julgamento
A sessão, que acontece no Fórum Criminal de Vitória, no centro da Capital, foi retomada às 10 horas.
O crime aconteceu em maio de 2015, na casa do casal, em Jardim Camburi, em Vitória. A novidade no caso é que o réu mudou toda a versão dos fatos, alegando que a morte da esposa foi acidental.
A acusação fala em homicídio praticado com arma branca, mais precisamente por meio de cinco facadas. A expectativa é que o júri seja finalizado ainda nesta quinta (09).
Quando o réu falou sobre a nova versão de acidente, alegou que, durante a briga deles no dia do crime, a vítima acabou caindo em cima da faca que ele segurava para se defender. Mas o fato é que, mesmo com a mudança da versão, o réu não soube explicar como as demais lesões foram feitas na vítima.
Com todas as provas e depoimentos, a expectativa da promotoria é de que o espanhol seja condenado há, pelo menos, 15 anos de prisão.
Apesar disso, o fato do réu participar do júri diretamente da Espanha, sem ser de forma presencial aqui no brasil, pode fazer com que a Justiça do país europeu não acate a decisão de condenação, caso isso aconteça.
Jesus Figon está na Espanha, porque mesmo durante o processo, em 2017, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a devolução do passaporte do diplomata para que ele voltasse ao país de origem e assim ele fez.
Para o Ministério Público, as provas apresentadas são suficientes e não há o que contestar sobre a autoria do crime.
* Também com informações da TV Vitória