Polícia

Por videoconferência, diplomata espanhol é julgado por matar a mulher

Rosemary Justino Lopes foi morta em maio de 2015 dentro do apartamento em que morava com o companheiro, Jesús Figón Leo, em Jardim Camburi

Redação Folha Vitória

Foto: Marcelo Pereira / Arquivo Pessoal

Oito anos se passaram desde o crime que tirou a vida Rosemary Justino Lopes. O principal acusado é seu marido, o diplomata espanhol Jesús Figón Leo, que está sendo julgado nesta quarta-feira (8) no Fórum Criminal de Vitória, no centro da Capital.

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Rosemary, de 56 anos, foi morta em maio de 2015 dentro do apartamento em que morava com o esposo, no bairro Jardim Camburi, em Vitória. 

Os dois foram casados por 30 anos e Jes´´us era chefe de polícia de alta patente na Espanha, até que, em meados dos anos 2000, foi nomeado diplomata da Espanha no Brasil.

Nesta quarta (8), Dia Internacional da Mulher, o réu est´á sendo julgado. O júri popular teve início por volta das 9h.

Réu alega que mulher era alcoólatra

Enquanto esteve no Brasil, Jesús Figon Leo atuava em Brasília investigando espanhóis que cometessem crimes em território brasileiro. Segundo o depoimento prestado pelo réu, a convivência com Rosemary era difícil porque ela tinha problemas psiquiátricos e era alcoólatra.

Um dia depois do crime ele se entregou à polícia confessando o assassinato, mas chegou a mudar de versão ao longo do processo. Em 2017, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a devolução do passaporte do diplomata para que ele voltasse ao país de origem e assim ele fez.

Desde então, Jesús se encontra na Espanha e participou do julgamento nesta quarta por videoconferência.

Julgamento virtual

O salão do júri está composto por sete jurados que decidirão a sentença. Além do diplomata, presente por meio de uma tela no meio do salão, também há promotores de justiça e a defesa do réu. 

Passado o julgamento, mesmo que ele seja condenado no Brasil, ele pode não ser preso na Espanha.

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Isso acontece porque a justiça internacional não é igual em todos os países. O promotor explica que o resultado de um julgamento aqui, pode não ser aceito na Espanha por vários motivos, dentre eles, as diferenças de leis.

"Mesmo que seja decretada uma prisão, ele vai continuar solto na Espanha, a não ser que a gente tenha a sensibilidade do Estado espanhol de entender que haja a reciprocidade e espelhamento de legislação e execute a pena lá", explicou o promotor de justiça Leonardo Augusto Cézar.

No julgamento, a família da vítima não esteve presente. A previsão de término com o resultado do júri é para esta quinta-feira (9).

"Hoje vai ser decidido se o homem tem o direito de matar uma mulher que tem problemas psiquiátricos e é alcoólatra", acrescentou o promotor.

* Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória/Record TV.

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