CASO ÍRIS ROCHA

Namorado teria matado enfermeira grávida após desconfiar que não era pai do bebê

Segundo a Polícia Civil, exame de DNA comprovou que o filho era de Cleilton, que está preso. A armadele foi apreendida e foi a mesma usada no assassinato

Maria Clara Leitão

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

A Polícia Civil concluiu as investigações sobre a morte da enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, grávida de 8 meses, encontrada alvejada por quatro disparos em uma zona de mata em Alfredo Chaves, região Sul do Espírito Santo. A informação foi repassada nesta segunda-feira (18). 

Segundo a polícia, o crime teria sido motivado pelo fato do suspeito, o ex- namorado Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos, duvidar de que seria pai do filho que Íris esperava. Ele teria contado isso para o próprio pai. No entanto, exames de DNA comprovaram que Cleiton era o pai da criança. 

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Ele está preso, com prisão temporária. No entanto, com a conclusão do inquérito, a polícia pede à Justiça prisão preventiva.

As investigações também mostraram que a vítima foi alvejada por quatro tiros, sendo um no braço esquerdo, dois na axila e um na cabeça, acima do olho direito.

Com a conclusão do inquérito, Cleiton responderá pelos crimes de homicídio qualificado, cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio), ocultação de cadáver e aborto. 

Foto: Divulgação

Arma do crime foi encontrada na casa de Cleiton 

A titular da Delegacia de Alfredo Chaves, delegada Maria da Glória Pessotti, informou que a arma de Cleiton, que era registrada no Exército, foi apreendida na casa do acusado. 

Foram realizados exames de micro comparação balística, que confirmaram ser a arma utilizada no crime. “Exames adicionais demonstraram que os estojos encontrados são da mesma arma apreendida na casa do autor, que utilizou a própria arma de fogo registrada para cometer o crime".

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A perícia do veículo continua pendente e o celular da vítima ainda não foi localizado. E a conclusão da polícia é de que a enfermeira foi morta em Alfredo Chaves.

“Destaca-se que não foram encontrados indícios na residência de Íris que comprovasse a ocorrência do crime no local, reforçando que ocorreu em Alfredo Chaves”, disse a delegada. 

Suspeito foi visto buscando a vítima no trabalho 

As investigações da Delegacia de Alfredo Chaves mostraram que, no dia do crime, ocorrido em 10 de janeiro deste ano, Cleiton foi visto buscando a enfermeira no local de trabalho. 

Depois disso, amigos e familiares não tiveram mais informações de Íris. No dia 11 de janeiro, pedestres encontraram indícios de sangue na estrada próxima à região de Carolina, em Alfredo Chaves. Uma equipe de polícia foi chamada e encontrou o corpo de Íris Rocha. 

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A delegada Maria da Glória Pessotti explicou que, junto ao corpo de Íris, foi encontrado apenas um cartão de banco, com o nome dela. Com isso, parentes foram localizados e a vítima identificada. 

Foto: Reprodução / Instagram
Íris Rocha foi morta aos 30 anos

Enfermeira relatou agressão do ex-namorado em áudio

Em áudio, obtido pela reportagem do Folha Vitória, enviado para uma amiga, a enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, denunciou sobre a agressão física que sofreu por parte do então namorado, Cleilton Santana.

Na mensagem, ela narra que “apagou e acordou no chão cuspindo sangue”. O caso aconteceu em outubro do ano passado, pouco mais de três meses antes de ser executada.

A delegada destacou que o desfecho do caso serve como lembrete da importância da conscientização sobre a gravidade do feminicídio. “E da necessidade de combater ativamente a violência contra as mulheres”. 

O inquérito foi concluído e apresentado com um pedido de prisão preventiva do suspeito, sendo encaminhado para a análise e decisão do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

O Folha Vitória demandou o Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Assim que responder, esta matéria será atualizada. 

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