Polícia

Idoso de 75 anos acusado de matar companheira cadeirante em Vitória é condenado a 30 anos de prisão

Clóvis Vanderlei de Oliveira foi considerado culpado pela morte de Marilene Ferraz de Oliveira, de 68 anos. O crime ocorreu em São Pedro, em agosto de 2022

Redação Folha Vitória

Foto: Reprodução TV Vitória

Clóvis Vanderlei de Oliveira, de 75 anos, foi condenado a 30 anos de prisão por matar a companheira Marilene Ferraz de Oliveira, de 68 anos, a facadas, em agosto de 2022, na região de São Pedro, em Vitória. O idoso foi julgado na tarde desta quinta-feira (7) 

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Marilene foi morta na própria residência, com diversos golpes de faca. A Secretaria de Estado de Justiça informou que Clóvis já havia sido preso em 2009, sob acusação de outro assassinato, e também por ameaças. 

Foto: Reprodução TV Vitória
Cadeira de rodas usada por Marilene 

Após dez anos, em 2019, o idoso agrediu Marilene de maneira brutal. Karla Tatiane Ramos de Oliveira, filha única da vítima, contou ainda lembrar da violência.

"Ele deu um chute no peito dela, e ela caiu no asfalto. Nisso, meu filho chegou e disse: 'Na minha mãe a na minha avó você não vai bater'. Eles trocaram socos, e ele tomou raiva do meu filho", contou. 

Devido à agressão, o idoso foi preso. No entanto, ao ser liberado, retornou para a casa da vítima. A filha ainda contou que, apesar das várias conversas e aconselhamentos, Marilene sentia pena e medo do companheiro. 

"Ela falava que ele não tinha para onde ir, não tinha família. Eu dizia para ela que ele tinha filhos, filhas, netos. Todos moravam em São Pedro, perto da gente. Por que não podiam receber o pai deles? Depois que ele foi morar com ela, ela foi atrofiando até parar em uma cadeira de rodas. Quando meu marido e meu filho foram limpar a casa dela, depois de tudo, eles levantaram o colchão e estava todo picotado de faca", afirmou a filha da vítima. 

Assassinada dois anos depois 

Foto: Reprodução TV Vitória
Karla Tatiane Ramos de Oliveira

Dois anos após a violência e segunda prisão, o idoso teria chegado em casa alcoolizado e esfaqueado Marilene, conforme as acusações. 

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"Para a gente, a nossa vida acabou, porque meu pai morreu de câncer há muitos anos. Depois da morte da minha mãe, fiquei com depressão, problemas no coração. Trouxe todos os laudos, para ele ver. A gente sente falta dela, não conseguimos passar em frente a casa dela. Então espero que o julgamento seja justo e ele fique lá (na prisão) por um bom tempo", destacou. 

Conselho para vítimas

Após toda a situação vivida, Karla deu um conselho para quem vive no mesmo contexto enfrentado pela mãe. 

"Converse com a família, explique o que está acontecendo, não esconda, porque é pior. Se for preciso chame a polícia", finalizou. 

Segundo os autos do processo, a defesa do acusado está sob responsabilidade da defensoria pública. A equipe de reportagem da TV Vitória contactou a assessoria do órgão e aguarda o retorno. 

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*Com informações do repórter da TV Vitória / Record, Caio Dias. 

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