"Enquanto tivermos uma morte, teremos trabalho", diz novo secretário de Segurança do ES
Na sexta-feira, a Sesp divulgou que o Espírito Santo teve o trimestre com o menor número de homicídios em 26 anos. Para o coronel Márcio Celante, principal desafio à frente da segurança pública capixaba é manter a queda desse índice
Continuar reduzindo o número de homicídios no Espíirto Santo e intensificar o combate ao crime organizado no estado. Esses são os principais desafios apontados pelo novo secretário estadual de Segurança Pública, coronel Márcio Celante, que assumiu o novo cargo na última sexta-feira (1º).
O novo chefe da pasta da segurança pública capixaba comemorou os números apresentados na sexta-feira pela Sesp, que apontam para uma redução de 14,5% na quantidade de assassinatos registrados no estado no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021.
Nos últimos três meses, foram contabilizados 247 homicídios em território capixaba, enquanto que, entre janeiro e março do ano passado, foram 289. De acordo com a Sesp, esse foi o trimestre com o menor número de assassinatos no Espírito Santo desde 1996, quando teve início a série histórica.
Apesar dos dados positivos na segurança pública capixaba, o número de homicídios registrados no primeiro trimestre do ano ainda representa uma média de quase três assassinatos por dia. Celante reconhece que é preciso mais esforços para reduzir ainda mais esse índice.
"Nosso primeiro desafio é manter a redução do número de homicídios no estado. Enquanto tivermos uma morte, teremos trabalho pela frente. Mas estamos tendo resultado. A participação das forças policiais foi muito importante para esse resultado apresentado", destacou o novo secretário.
Com relação ao crime organizado no estado, Márcio Celante afirmou que ele será combatido com base em três pilares fundamentais: a integração da Sesp com as demais forças de segurança, o trabalho do setor de Inteligência e a participação da comunidade no trabalho da polícia.
"Nosso trabalho de inteligência vem sendo muito bem desenvolvido. Isso tem nos auxiliado bastante nas operações realizadas pelas polícias Civil e Militar. Mas a comunidade também tem papel fundamental nesse trabalho. Afinal, quem conhece melhor a realidade daquela região são os moradores. Eles que sabem onde ficam as bocas de fumo, como é a movimentação na região, como é a dinâmica do tráfico de drogas. Com base nas informações que a comunidade nos passa, por meio do 181, é possível elucidarmos crimes com mais agilidade".
Maior participação das prefeituras na segurança pública
O secretário ressaltou que atualmente o governo estadual tem mantido, por meio do Programa Estado Presente, contato frequente com as demais instituições relacionadas com a segurança pública, como a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público, Tribunal de Justiça, entre outras.
Segundo ele, o objetivo agora é aumentar a participação das prefeituras no debate sobre a segurança pública. Ele destaca que, atualmente, dos 78 municípios capixabas, apenas 12 possuem um chamado Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM).
"Sugerimos aos prefeitos que criem esses gabinetes de gestão, que serão conduzidos por eles mesmos, no modelo de como é feito atualmente, em âmbito estadual, pelo governador Renato Casagrande, no programa Estado Presente. A ideia é que eles se reúnam periodicamente com as secretarias e instituições municipais, para debater o que a prefeitura pode fazer para melhorar a segurança na cidade, na questão da iluminação pública, entre outros aspectos".
Regiões mais violentas da Grande Vitória
Sobre o planejamento do policiamento nas regiões da Grande Vitória, o secretário de segurança explicou que ele é feito com base nas informações levantadas pelo setor de Inteligência e nas obtidas durante as operações policiais.
Ele destaca que atualmente quatro regiões têm despertado uma atenção maior por parte das forças policiais do Estado. São elas: a Grande Terra Vermelha e Santa Rita, em Vila Velha; Grande São Pedro, em Vitória; e Planalto Serrano, na Serra.
"O crime é muito dinâmico. Fazemos o acompanhamento diário das regiões e, à medida em que as operações vão sendo realizadas, alguns bairros vão se sobressaindo em relação a outros, no aspecto da criminalidade. Dessa forma, vamos direcionando os nossos esforços com base nesse acompanhamento feito pela nossa inteligência e também nas informações recebidas das comunidades".