Namorada de rapaz que teve parte do intestino arrancado em Guarapari é denunciada
A jovem foi denunciada pelo crime de lesão corporal grave, cuja pena é de reclusão de 2 a 8 anos. No entanto, ela deve responder ao processo em liberdade
O Ministério Público Estadual (MPES) ofereceu denúncia pelo crime de lesão corporal grave contra a estudante Lívia Lima Simões Paiva Pedra, namorada do rapaz de 20 anos que teve a barriga aberta e uma parte do intestino arrancada na Praia do Ermitão, em Guarapari, em janeiro deste ano.
A pena de reclusão para o crime é de 2 a 8 anos. No entanto, na denúncia, protocolada no último dia 28, não foi solicitada a prisão da jovem, que deve responder ao processo em liberdade.
O caso foi investigado pela Polícia Civil, por meio da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que, por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Guarapari, ofereceu a denúncia contra a namorada da vítima.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Lívia e o rapaz estavam sozinhos na praia, no dia do ocorrido. Segundo as investigações, eles ingeriram bebida alcoólica e usaram LSD, passando a ter alucinações devido ao uso do entorpecente.
Ainda de acordo com a denúncia, após algumas horas, "por motivação desconhecida e impulsionada pelos efeitos do uso das drogas", a jovem usou um objeto cortante para golpear a barriga e o rosto da vítima.
As agressões teriam causado "lesões gravíssimas, que determinaram a debilidade permanente do intestino delgado da vítima, deformidade permanente e fratura da cavidade nasal e seio maxilar".
"Importante mencionar que a investigação revelou que nenhuma outra pessoa foi vista entrando ou saindo do local em que se desenrolou a cena criminosa, nem os envolvidos mencionaram sobre a existência de qualquer pessoa que os tenha agredido, estando apenas eles na Praia do Ermitão no momento do crime", diz a denúncia.
O Ministério Público Estadual ressaltou ainda que Lívia apresentou lesões na mão direita, que, segundo o órgão, podem ser classificadas como “lesões de ataque”.
O advogado Lécio Machado, que representa o rapaz e a namorada no caso, informou à reportagem do Folha Vitória que não vai se pronunciar sobre o caso pelo menos até o meio-dia desta quinta-feira (07).
Caso ganhou repercussão nacional
O caso aconteceu na madrugada do dia 16 de janeiro e ganhou repercussão nacional, com a divulgação de uma série de especulações que surgiram nas redes sociais sobre o que teria ocorrido naquela noite.
Na ocasião, o casal esteve na Praia do Ermitão, localizada no Parque Morro da Pescaria. O rapaz havia acabado de ganhar uma bolsa de estudos e saiu para comemorar e se despedir da namorada, já que viajaria para os Estados Unidos.
Os dois jovens ficaram cerca de sete horas no local, como mostraram imagens de videomonitoramento. O relógio da câmera de segurança marcava 21h01, do dia 15 de janeiro, quando o casal aparece caminhando pela lateral da Praia do Morro, que dá acesso ao parque.
O rapaz e namorada caminham em direção às pedras que dão acesso a uma trilha do parque. A entrada é alternativa e fica fora do portão principal, que estava fechado.
Nas imagens, é possível ver que o rapaz está com uma lanterna e carrega uma mochila nas costas. A jovem segue logo atrás dele. Veja:
Cerca de sete horas depois, a jovem aparece nas imagens pedindo ajuda ao vigia do parque, que não aparece no vídeo devido ao ângulo da câmera. Segundo fontes ouvidas pela TV Vitória/Record TV, dez minutos depois do pedido de socorro, o vigia ligou para a central do parque e informou o ocorrido.
Às 4h26, a menina aparece ao lado do pai. Eles aparentam estar desesperados. O homem fala com alguém ao telefone. Às 4h42, a menina aparece nas imagens sentada em um banco. Ela usa o telefone para ligar para alguém.
Às 5h16, os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e os Bombeiros chegam ao local. O rapaz, que já estava com o corte na barriga e sem parte do intestino, é socorrido. Por volta das 6h, ele é levado de maca para a ambulância.
O rapaz ficou cerca de dois meses internado em um hospital particular na Serra e teve alta no dia 17 de março. No entanto, no início desta semana ele precisou ser novamente hospitalizado, após apresentar um quadro de infecção e febre. Segundo o advogado da família, Lecio Machado, ele passa bem.
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