Polícia

Quatro anos depois, saiba como está na Justiça o caso dos irmãos mortos carbonizados em Linhares

Kauã Sales Butkovsky e Joaquim Alves morreram queimados, dentro de casa, no dia 21 de abril de 2018. Acusado de cometer o crime, Georgeval Alves ainda aguarda a data do julgamento

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Quatro anos depois, um dos casos de polícia mais impactantes dos últimos tempos no Espírito Santo ainda não tem prazo para ser concluído. Diversos recursos têm sido apresentados à Justiça, o que tem postergado o julgamento de Georgeval Alves, acusado de estuprar, espancar e assassinar o filho, Joaquim Alves, na época com 3 anos, e o enteado, Kauã Sales Butkovsky, de 6 anos.

O crime aconteceu em Linhares, no Norte do Estado, no dia 21 de abril de 2018. Para marcar o quarto ano do assassinato das crianças, uma caminhada será realizada na cidade, na próxima quinta-feira (21).

Os manifestantes vão partir da capela mortuária e seguirão até as sepulturas onde estão enterrados os dois irmãos. O ato é promovido por familiares das duas vítimas.

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O último recurso apresentado pela defesa de Georgeval Alves foi um recurso especial, apresentado em fevereiro deste ano e que aguarda análise de admissibilidade por parte da vice-presidência do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).

Caso a vice-presidência da Corte considere que o recurso apresenta os requisitos necessários para ter seu mérito analisado, ele será encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Se isso acontecer, o caso deve se arrastar na Justiça por mais tempo.

A decisão de que Georgeval Alves seria levado a júri popular foi proferida em maio de 2019, pouco mais de um ano após o crime. A sentença de pronúncia foi do juiz de primeiro grau, André Bijos Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares, que decidiu que o acusado responderá pelo crime de duplo homicídio qualificado, estupro de vulnerável e tortura.

Depois disso, a defesa do réu começou a apresentar uma série de recursos na Justiça. Um deles, foi um recurso de sentido estrito, que não foi aceito pelo TJES. Em seguida, foram apresentados os embargos de declaração, também rejeitados pela Corte.

Relembre o caso

O crime aconteceu na madrugada do dia 21 de abril de 2018, na casa da família, em Linhares. Na época, Kauã tinha 6 anos de idade e Joaquim apenas 3. A Polícia Civil concluiu que Georgeval estuprou, espancou e, em seguida, ateou fogo nas duas crianças, enquanto elas ainda estavam vivas.

Foto: Divulgação
Georgeval Alves está preso desde o dia 28 de abril de 2018

A esposa dele e mãe dos meninos, Juliana Salles, chegou a ser presa na época porque, no entendimento da Justiça, apesar de estar viajando na noite do incêndio, ela foi omissa e sabia dos abusos que as crianças sofriam.

No entanto, o juiz da 1ª Vara Criminal de Linhares decidiu por não levá-la a júri popular. Em sua decisão, o magistrado entendeu que não havia nos autos do processo provas cabais que demonstrassem que a mãe dos irmãos teria sido omissa ao permitir a aproximação de Georgeval das crianças.

Na época do crime, o acusado alegou que estava dormindo, quando ouviu, pela babá eletrônica, as duas crianças chorando. Georgeval Alves disse que foi até o quarto dos dois, mas não conseguiu salvá-los.

A Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros realizaram perícias na casa onde o caso aconteceu e no carro que geralmente era utilizado por Georgeval Alves e concluiu que a versão apresentada pelo acusado é falsa. O réu está preso desde o dia 28 de abril de 2018.

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